sexta-feira, 30 de março de 2012

Coitado do Mané


Vamos acompanhar de perto a aplicação desses recursos. O problema é que o histórico recente da política local de esporte só acumulou mancadas, ingerências e falata de compromisso com o povo brasiliense. Triste!! E revoltante!


VÍDEO: Com graves problemas sociais, DF vai gastar quase R$ 1 bi com estádio fantasma

por Fernando Gavini, de Brasília, para o ESPN.com.br

Brasília vai gastar quase R$ 1 bilhão de reais para construir o estádio Nacional para receber jogos da Copa do Mundo. Depois do Mundial, no entanto, o futuro do estádio é uma incógnita. O Governo do Distrito Federal defende a tese de que o futebol não será o que vai sustentar a nova arena, que será administrada pela iniciativa privada, que será responsável por promover eventos para tentar torná-la rentável. 

Apesar disso, o Tribunal de Contas da União, o TCU, o aponta como um dos maiores candidatos a virar elefante branco. Apesar dos graves problemas sociais encontrados no DF, o investimento será de quase 1 bilhão de reais na construção do estádio. A própria população questiona o valor que será gasto, enquanto Sérgio Graça, coordenador do Comitê da Copa na cidade, defende que o orçamento para o Mundial não tira um centavo das outras áreas. O problema é que os orçamentos para saúde, educação e transportes têm sido insuficientes para as necessidades da região.

Com uma câmera escondida, a reportagem da ESPN Brasil foi verificar a situação dos hospitais. Tanto no Hospital de Base quanto no HRAN, os dois maiores de Brasília, não haviam médicos suficientes. Apenas problemas mais graves eram atendidos de imediatos. Quem precisava de algo mais simples tinha que esperar por horas. Uma moça, inclusive, chegou a chorar de desespero.



Assista à reportagem!
Na educação, os professores da rede pública reclamam dos baixos salários e das condições de trabalho. Por causa disso, estão em greve desde o começo do mês. Cerca de meio milhão de alunos estão sem aula por conta disso. As negociações com o governo estão emperradas e a paralisação não tem data para acabar.

A situação dos transportes também está longe do ideal. Chegar em Brasília, vindo das cidades satélites, pela manhã é um inferno. De Planaltina ao Plano Piloto, trecho que normalmente leva cerca de 35 minutos, demora 1h40 nos horários de pico. A situação é menos pior para quem vem das unidades que ficam ao sul de Brasília. Essa região é servida por metrô, que fica superlotado nos horários de pico. A principal obra de mobilidade planejada para a Copa, o VLT, não vai mudar muita coisa. Ele sai do aeroporto, mas quando entra na cidade vai cobrir o mesmo trecho que já é atendido pelo metrô. Para piorar, a obra está parada há dois anos por causa de suspeitas de fraude na licitação.

Pois é! Vale a pena gastar tanto com um estádio numa região com tantos problemas? E um estádio que mal se sabe como será usado a partir do momento em que acabar a Copa do Mundo. E tudo isso na unidade do país que, segundo o IPEA, ostenta o título de maior desigualdade social do Brasil.

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