sábado, 31 de dezembro de 2011

ESCOLA DO CERRADO


SEDF seleciona alfabetizadores e coordenadores para o DF Alfabetizado

A Secretaria de Educação publicou no Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta (30), chamada pública para a seleção de voluntários alfabetizadores, tradutores-intérpretes de Libras e coordenadores de turmas para atuação no Programa DF Alfabetizado. A inscrição e entrega dos documentos deverão ser realizadas no período de 04 a 25 de janeiro de 2012. A iniciativa tem o objetivo de tornar o DF território alfabetizado até 2014.

Cronograma:
  1. Período de inscrição: 04 de janeiro de 2012 a 25 de janeiro de 2012
  2. Análise da documentação: 26 de janeiro de 2012 a 03 de fevereiro de 2012
  3. Divulgação do resultado parcial: 06 de fevereiro de 2012
  4. Prazo para interposição de recursos: 07 a 10 de fevereiro de 2012
  5. Data provável de divulgação do resultado final da Chamada Pública: 15 de fevereiro 2012.
Endereço e telefone das Coodenações Regionais de Ensino – CNE
Coordenações RegionaisTerritórios correspondenteEndereçoTelefone
CeilândiaCeilândiaQNM 14, Área Especial – Ceilândia Norte3901-5942
GuaráCidade EstruturalQE 38, AE “”"” Guará II3901- 6656
ParanoáParanoá e ItapoãQuadra 04, cj. A, AE – Paranoá3901- 7553
SobradinhoSobradinhoÁrea Especial 04, Qd. 04 – Sobradinho3901-3773

Clique e confira:
Ascom

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A COPA DO MUNDO É NOSSA?



África do Sul 2010: legado no bolso da Fifa e seus parceiros
Os sul-africanos acreditaram nas promessas de mais emprego, turistas e investimentos bilionários que viriam com a Copa. Mas, segundo Eddie Cottle, autor do livro Copa do Mundo da África do Sul: um legado para quem?, nada disso se materializou. Estariam os brasileiros caindo na mesma armadilha?
por Alexandre Praça
Fonte: 

É só mencionar a palavra Fifa, que o sangue sobe à cabeça de Eddie Cottle. Sul-africano apaixonado pelo continente onde nasceu, ele estudou a fundo as promessas e o verdadeiro legado da Copa de 2010. “A Fifa e seus parceiros conseguiram os maiores lucros de sua história na África sem pagar um tostão de impostos”, esbraveja.
Eddie fala sobre o assunto com conhecimento de causa. Ele foi o coordenador da campanha por trabalho decente entre os sindicatos da construção no país – catalisador da greve de 70 mil trabalhadores em todos os estádios da Copa em 2009. Quatro anos de militância e estudos renderam o livro South Africa’s World Cup: A Legacy For Whom?(Copa do Mundo da África do Sul: um legado para quem?), lançado este ano e sem data para ser publicado no Brasil.
Encontrei Eddie em um seminário com operários do setor em Kharkov, Ucrânia, uma das cidades-sede da Eurocopa 2012. Falamos sobre acumulação de capital, o medo das obras atrasadas, as promessas de infraestrutura e o que espera o Brasil depois que o carnaval do futebol passar.

LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL– Começo com a pergunta do livro: a Copa do Mundo da África do Sul foi um legado para quem?

EDDIE COTTLE – Diziam que haveria um legado porque seria a primeira Copa do Mundo a ser realizada na África. Falavam que os ganhos seriam muito maiores que os investimentos públicos gastos para sediá-la. Também se dizia que, ao mostrar a África do Sul por meio da mídia mundial, o país receberia investimentos.
Houve ainda uma ideia de que, com o destaque de nossas belas paisagens, haveria uma explosão do turismo. Para os trabalhadores em geral e para o público, havia uma expectativa de que a Copa iria gerar emprego. Comentavam que haveria dinheiro fluindo para dentro do país por meio do turismo, dos investimentos, e assim por diante.
Mas a realidade é que a Copa não forneceu tudo o que a mídia prometia, nem em relação aos compromissos do documento de candidatura. O que vemos é que as copas do mundo são veículos para a acumulação de capital privado em uma escala global, em que a Fifa atua como facilitadora. Em termos de acumulação de capital, não há nada igual, nem mesmo nos velhos tempos do imperialismo ou na globalização moderna. A Copa recebe toda essa atenção precisamente porque os ultrapoderosos são aqueles que mais se beneficiam dela.
Para isso, eles fabricam mentiras descaradas para o público. Dizem que haverá grandes investimentos, que o país vai se beneficiar do turismo, que haverá emprego e [que o evento] trará toda essa glória para o país. Pelo menos o último ponto é verdadeiro. O país é deixado com a glória de sediar a Copa, mas a um custo significativo para a sociedade e os pobres em geral.

DIPLOMATIQUE– Então a Copa não deixa um legado?

EDDIE COTTLE – Se você quiser falar sobre o legado, eu diria o seguinte. Embora a Copa da África tenha sido um momento histórico, foi também ali que a Fifa e seus parceiros conseguiram obter os maiores lucros de sua história. Isso é simbólico porque representa uma relação neocolonial com o continente africano. As corporações multinacionais e essas grandes organizações sempre acham que podem fazer mais dinheiro com a África e com o chamado terceiro mundo.
Nesse sentido, houve um legado negativo. A Fifa e seus parceiros tiveram grandes lucros garantidos sem ter de pagar impostos para o país. Isso significou também que os sul-africanos precisaram oferecer muita coisa. Tivemos de garantir ruas “limpas” de pobreza. Tivemos de fazer novas leis para policiar efetivamente as profissionais do sexo. Significou que não poderia haver projetos de construção durante todo o mês da Copa, ou seja, perdemos uma contribuição para o PIB. Isso nunca é mencionado.
Há também a questão dos gastos deslocados. Se você analisar o fato de que houve uma despesa de 40 bilhões de rands [R$ 9 bilhões] e olhar para os dados de consumo do evento, verá que isso envolve o turismo dos próprios sul-africanos. Mais de 60% da renda do evento saiu do bolso dos locais. Então, onde está a evidência de que todo esse turismo iria trazer dinheiro para o país? Que os turistas iriam fornecer a maior parte da renda?

DIPLOMATIQUE – Explique isso melhor, por favor.

EDDIE COTTLE – Quando eu digo locais, quero dizer gastos dos habitantes do país com ingressos, alojamento em hotéis, transporte, compra de parafernálias como camisetas e lembrancinhas. A maior parte desses gastos foi feita pelos próprios sul-africanos. Isso basicamente quer dizer que o que realmente existe durante a Copa do Mundo é um deslocamento de consumo.
Dessa maneira, na verdade, nós perdemos dinheiro, porque grande parte desses recursos foi parar no bolso dos capitalistas mercantis da Fifa. Analisando um dos parceiros da Fifa, a Budweiser, você tem de consumir só o produto deles no estádio. Há também o cartão de crédito oficial, da Visa, e todas essas coisas. Por conta disso, há uma dívida crescente no âmbito nacional e internacional.
Esse nível de acumulação não é devidamente pesquisado. A maioria das análises se concentra na Fifa e seus parceiros comerciais, mas não no tipo de modelo que produz essa magnitude de acumulação. Por exemplo, quanta riqueza realmente deixa o país anfitrião por meio do envio de técnicos qualificados por parte dos parceiros comerciais? Quero dizer, os engenheiros de alto nível, mas também me refiro aos lucros. Existem os parceiros da Fifa na construção civil e firmas de arquitetos internacionais. Portanto, uma grande quantidade de dinheiro deixa o país por meio do envio de lucros ao exterior.
Nós importamos materiais, e isso não é descontado na conta final. Por exemplo, nos dois estádios mais espetaculares, o Soccer City e o da Cidade do Cabo, toda a cobertura foi importada. Acho que no Brasil o nível de gasto nesse tipo de coisa poderá ser ainda mais bizarro. Por isso é importante seguir o rastro do dinheiro. O que exatamente está sendo importado e o que está sendo feito por quem e onde. Não se podem determinar os custos e benefícios reais a menos que você faça esse tipo de análise. Tivemos milhões e milhões de fundos locais sendo canalizados ao exterior. Significa, portanto, que o dinheiro que deveria estar circulando na economia nacional não circulou.

DIPLOMATIQUE– No Brasil, toda a mídia está vendendo a ideia de que as arenas não estarão prontas a tempo para a Copa, e isso criará um constrangimento para o país. Essa é basicamente a preocupação de todos. Eu me pergunto se o mesmo tipo de pressão ocorreu na África do Sul.

EDDIE COTTLE – Bem, certamente isso ocorreu em duas ocasiões. A Fifa tentou apontar erros e para isso usou a pressão do prazo de conclusão dos estádios. Era um blefe para que eles impusessem seu sistema. Grande parte dos atrasos foi causada por mudanças no projeto arquitetônico. Era a Fifa querendo algo novo.
Por outro lado, isso nunca foi uma questão relacionada ao nível de produtividade. Os trabalhadores são sempre produtivos e de maneira até exagerada, porque esse evento mexia com o orgulho nacional. Apesar disso, os sindicatos compreenderam que os direitos do trabalho são direitos humanos fundamentais que não poderiam ser comprometidos nem mesmo em eventos dessa natureza. Isso nos ajudou muito a garantir os direitos dos trabalhadores em termos de salários e benefícios.
É um absurdo dizer que os estádios não poderão ser concluídos a tempo. Na África do Sul, algumas das arenas foram concluídas quatro meses antes do previsto. Todo o escarcéu da Fifa sobre a conclusão da infraestrutura na verdade é uma forma de pressionar os empreiteiros. Dessa maneira, a Fifa consegue garantir as mudanças que eles querem e quando querem.

DIPLOMATIQUE– E a mídia faz parte dessa jogada?

EDDIE COTTLE – Na realidade, quando estávamos tendo nossas greves, toda a mídia negativa veio de jornais internacionais. Colocavam manchetes como “A Copa do Mundo está em risco na África do Sul”. Nada disso era verdade. Eu sei disso porque estava meticulosamente acompanhando o andamento das obras junto com os municípios.
A grande questão é como todos esses diferentes capitais se acumulam. O Estado subsidia o evento, e os capitais nacionais e internacionais compartem o bolsão de fundos. O que você tem então é um processo global no qual a grande mídia imediatamente articula a posição negativa para atropelar os trabalhadores. Dependerá dos sindicatos, partidos políticos e outros grupos sociais formular uma resposta à forma como essas coisas são articuladas.

DIPLOMATIQUE– Em termos de legado positivo, o governo está dizendo que esta é a oportunidade de realizar os investimentos na infraestrutura de que o Brasil sempre precisou. Essas promessas foram cumpridas na África do Sul?

EDDIE COTTLE –É sempre importante separar o que é investimento para a Copa e o que é infraestrutura. O que se está fazendo é confundir as duas coisas. Sempre existem planos para infraestrutura, sejam eles de estradas, aeroportos ou outros tipos de sistema de transporte, que, naturalmente, são necessários para a economia. O que aconteceu na África foi que quase todas as iniciativas se voltavam para a Copa. Na verdade, o que é feito é adiantar os investimentos em infraestrutura.
Há consequências sobre o dinheiro gasto naquilo que não é de interesse nacional. Por exemplo, nós gastamos dinheiro em estádios que se tornaram elefantes brancos. Cerca de 4,5 bilhões de rands [R$ 1 bilhão] foram gastos no Green Point, na Cidade do Cabo, mas não precisávamos daquele estádio. Foi um desperdício de infraestrutura.
Eu acho que se pode dizer sim à infraestrutura, mas ficar de olho em como se gasta esse dinheiro e para qual finalidade. Porque isso compõe o espetáculo da Copa do Mundo. É uma espécie de grande carnaval, e tudo é justificável para realizá-lo. Então, você precisa colocar no estádio todas essas luzes, cores e roupagens para que ele não se pareça aos da Alemanha. Tivemos uma competição interminável sobre qual cidade tinha o estádio mais extravagante e luxuoso, sem consideração às necessidades sociais.

DIPLOMATIQUE– Que consequências esse desperdício trouxe para o país?

EDDIE COTTLE – Neste momento, a África do Sul e os países vizinhos estão perdendo mais investimentos locais do que recebendo investimento estrangeiro direto. Isso porque a Copa do Mundo não traz investimento estrangeiro direto. O que se cria é um subsídio para pessoas visitarem o país. Mas não se investe realmente. Há também o problema do turismo neste período de contração econômica, com desemprego e salários diminuindo. Assim, não se concretizou o número de turistas previstos durante nem depois da Copa.
Outro ponto: é justificável aplicar esse volume de recursos com base em uma suposição? Porque é suposição, não ciência. Você não está dizendo: “Se eu gastar 1 bilhão, garanto que nos próximos dez anos vamos ter 200 milhões de turistas” e, portanto, seria possível calcular a quantidade de dinheiro que vamos ganhar. Isso não é possível. É pura economia da suposição.
Eu diria que não vale a pena gastar todo esse dinheiro. É realmente parte da construção da marca da Fifa e de seus parceiros. É parte do plano de criação de um espetáculo para exportação e, dessa forma, você chama o interesse do público e a atenção para a Copa do Mundo. Essencialmente, o Estado precisa justificar essa quantidade enorme de gastos.

DIPLOMATIQUE– No caso específico dos estádios, quais são os problemas financeiros causados por essa carga de investimentos?

EDDIE COTTLE – Vão dizer que agora o país possui a infraestrutura necessária e que não haverá problemas para manter todos os estádios. Mas não dirão que daqui a quinze anos será necessário substituir o teto do estádio, e isso terá um custo enorme. Porque aí terão de pedir que o fabricante da Alemanha reinvista naquele estádio.
Em segundo lugar, haverá mais concorrência por parte dos proprietários do estádio para receber os subsídios dos municípios. Por exemplo, eu sei que no Brasil o Estado subsidia 60% dos investimentos. Isso quer dizer que o governo é uma das partes mais interessadas. Por isso, tem o dever de garantir a sustentabilidade do investimento, senão haverá uma comoção pública. Significa também que o Estado tem de tirar dinheiro de investimentos sociais.
Em terceiro, há o desenvolvimento desigual e desarticulado. Isso acontece, por exemplo, com outras instalações esportivas menores. O novo investimento obriga que todos os jogos sejam realizados no novo estádio. É o que está ocorrendo na África do Sul agora. Existiam alguns estádios menores muito bons que agora não estão sendo usados porque é preciso usar a nova arena. Eu prevejo claramente que o Brasil terá problemas financeiros particularmente com os estádios, e isso irá gerar preocupações no futuro próximo.

DIPLOMATIQUE– Se você pudesse dar um conselho aos sindicatos no Brasil sobre o que deu errado na África do Sul e você faria diferente, qual seria?

EDDIE COTTLE – O primeiro problema foi que os sindicatos não entenderam as implicações econômicas do evento. Eles também caíram nas promessas da Copa do Mundo e o que ela iria trazer para os trabalhadores. Isso acabou definindo o papel dos sindicatos e suas demandas em relação ao evento. Nós começamos nesse processo sem entender direito a articulação do dinheiro, como ele iria circular e beneficiar a nação. Os únicos dados eram aqueles produzidos pelos entusiastas da Copa e pelos institutos econômicos e suas mentiras descaradas.
Em segundo lugar, no que diz respeito às greves, como foram transmitidas internacionalmente. Toda greve é colocada em nível internacional. E isso é uma grande oportunidade. Nós tivemos muita atenção da mídia internacional, foi inacreditável. A maneira de entender esse evento irá moldar como se podem relacionar as realidades sociais dos trabalhadores com essas percepções que a mídia nacional e internacional irão gerar em relação ao público. Você tem de agarrar a mídia pelos chifres.
Alexandre Praça
Jornalista

domingo, 25 de dezembro de 2011

Indo de carro para João Pessoa! Isso quer dizer que as atualizações no blog vão diminuir, mas de vez em quando passaremos as novidades que houverem!
Obrigado pelos acessos em 2011, e creio que haverá boas surpresas nesse blog em 2012!
Abraços e Boas Festas!

Uma boa reflexão para vocês:


Aos que virão depois de nós

I

Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.

Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?

É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)

Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.


Eu queria ser um sábio.

Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para
viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!

II
Eu vim para a cidade no tempo da desordem,
quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo
da revolta
e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas,
deitei-me entre os assassinos para dormir,
Fiz amor sem muita atenção
e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.

III
Vocês, que vão emergir das ondas
em que nós perecemos, pensem,
quando falarem das nossas fraquezas,
nos tempos sombrios
de que vocês tiveram a sorte de escapar.

Nós existíamos através da luta de classes,
mudando mais seguidamente de países que de
sapatos, desesperados!
quando só havia injustiça e não havia revolta.

Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós,
que queríamos preparar o caminho para a
amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós
com um pouco de compreensão.

Bertold Brecht

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A COPA DO MUNDO É NOSSA?

Incendios nas favelas de SP são meros acidentes??

prof. Ed. Física pela UnB  

Estava eu refletindo sobre este último incendio no prédio abandonado de Campos Elíseos de SP, onde "fatalmente" atingiu a favela do Moinho e me recordei da Copa de 2014. http://www.youtube.com/watch?v=pfWmDhP3gmU


Em outubro deste ano foi divulgado que o estádio de SP, o Itaquerão, localizado também na zona leste do centro da cidade, receberá a abertura da copa de 2014.http://www.dgabc.com.br/News/5921234/s-paulo-recebera-abertura-da-copa-2014.aspx Mas desde 2007, já sabemos que o Brasil sediará a copa do mundo.


Pois bem, segundo o editorial da prefeitura de SP, apenas no ano de 2010, CINQUENTA E OITO favelas pegaram fogo. http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/Incendio_nas_favelas_editorial_estadao_29_09_10_1285863509.pdf
Alguns exemplos...


http://www.youtube.com/watch?v=Xoi-Kr-vRF8
http://www.youtube.com/watch?v=vB_RbJMENkY&feature=fvst
http://www.youtube.com/watch?v=1SUuiJVB0q8
http://www.youtube.com/watch?v=yge4tb2XS-Y&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=b6ks2GohHjA
http://www.youtube.com/watch?v=FvXinm8obvI
http://www.youtube.com/watch?v=gJIVtIVjsz4


A galera da favela já sacou o que está rolando!
http://www.youtube.com/watch?v=WwAT16Mz4Mw
Sei que estes locais estão propícios a ocorrerem acidentes de várias naturezas, principalmente pela precariedade na infra-estrutura, mas 58 só ano passado, de uma hora para outra, acho um tanto estranho!


Por isso deixo minha reflexão aqui para todos acerca da copa, pois disponibilizar, 12 estádios, 1 seleção, 30 hotéis, 14 aeroportos, 120000 km de rodovias, 2.000 km de metrô, 6 trens balas, 115 FAVELAS PACIFICADAS, 33.000 soldados preparados, 2000 restaurantes, 150000 motoristas de taxi falando ingles e espanhol, 20000 km de esgoto, 500 milhôes de m³ de água despoluída entre outras coisas, requerem uma grande quantidade de tempo, $ e pessoas para tornar isso concreto.

http://acorda2014.com/Messages.aspx 
A gasolina está cara, mas acho que o custo x "benefício" está sendo levado muito em conta, se é que me entendem.

Chamo a atenção de que não estranhem, se a incidência destes fatos ou de outros semelhantes, aumentarem não só na cidade de SP. Afinal os jogos também ocorrerão nas seguintes cidades: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. E até onde sei, também existem pessoas morando em condições precárias nesses locais.


O problema com as favelas, como foi citado em caixa alta, reflete apenas um dos ítens que compõem a realização desse mega evento esportivo e que deve ser visto como a ponta do iceberg!


Acredito ser muito importante que todos nós tenhamos olhares críticos sobre todas as mudanças que veremos em nosso país, antes, durante e depois de 2014. Pois tenho certeza que várias delas poderão passar despercebidas e na verdade estarão acontecendo direta ou indiretamente conosco. 


Se acharam que a reflexão foi coerente, peço que compartilhem, pois creio que informação também é poder!
Ah...quase me esquecí de um pequeno detalhe, em 2016 teremos pela 1ª vez a realização do XXXI Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Brasil. Apenas o maior evento esportivo do mundo! 

Eduardo Landívar Arsolino 
prof. Ed. Física pela UnB 

Ver depoimento de Diana do Nascimento http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/06/construcao-de-estadio-em-itaquera-aquece-mercado-imobiliario.html

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A COPA DO MUNDO É NOSSA?

Já pararam para pensar as condições de trabalho dos trabalhadores da Copa do Mundo! Porque em vários estádios, esses trabalhadores paralisaram ou entraram em greve? Porque muitos não vão ter ao menos o recesso de fim de ano para passar com a família? Porque aparecem relatos de condições de insalubridade e turnos de mais de 12 horas de trabalho? Esses trabalhadores não deveriam ser respaldados pela CLT? O que faz então essas normas serem desrespeitadas constantemente?
Ao trabalhador resta o silêncio para não pereder seu emprego e renda!
E eu digo: nada de silêncio, vamos se organizar!!!
Clamo aos brasilienses a conhecer a situação da classe trabalhadora do Mané Garrincha (Viva o Movimento Fica Garrincha)! Eu pretendo acompanhar mais de perto isso! Fortalecer o Comitê Popular da Copa!
E vc? O que vai fazer?

Abaixo uma reportagem para refletir:



A todo vapor: à exceção de Brasília, 



obras de estádios não têm recesso


Operários da capital nacional cumprem dez dias de paralisação por acordo feito após greve. Nos demais da Copa 2014, serão no máximo duas folgas

Por André Casado e Felippe CostaRio de JaneiroFonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2011/12/todo-vapor-excecao-de-brasilia-estadios-nao-tem-recesso-em-obras.htmlSe fim de ano é sinônimo de recesso nos clubes brasileiros e até nas empresas de outros ramos, os operários das obras dos estádios que sediarão a Copa do Mundo 2014 passarão longe deste privilégio. Como parte delas corre contra o tempo para cumprir o cronograma inicial, ficou definido que praticamente não vai haver folga no período. Os fins de semana geralmente são dias descanso para os trabalhadores e, desta vez, coincidem com as datas 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro. Apenas Brasília foge à regra por completo.
Fotos do Estádio Nacional de Brasília (Foto: Divulgação)Operários do DF entrarão em recesso com Estádio Nacional com aspecto parecido a esse (Foto: Divulgação)
O Estádio Nacional interrompe seu processo de construção nesta quinta-feira e só retoma as atividades no dia 2. O acordo foi feito na época da greve, em outubro, por conta de uma exigência do sindicato, já que há muitos operários que não são da capital e visitarão familiares até fora do estado. Nos demais, os que mais se aproximam disso são Salvador e Fortaleza, que darão um dia antes e um dia depois das datas festivas, sob justificativa semelhante. Na Arena Fonte Nova, o expediente também se encerra mais cedo nos dias 23 e 30, como em Cuiabá, onde em ambas as quintas-feiras os funcionários serão liberados horas antes do usual.
Castelão, Mineirão e Nacional de Brasília são os mais adiantados, tendo ultrapassado 40% do total da obra. Com reforma pequena, a Arena da Baixada se atrasou, mas também se diz tranquila quanto ao prazo. Natal e São Paulo correm.
- Vamos aproveitar esse período de chuvas aqui, e em todo Brasil, para facilitar parte dos trabalhos que necessitam de irrigação. Mesmo que estivéssemos ainda mais avançados, não pararíamos por mais tempo - afirmou o coordenador de comunicação em Cuiabá, Eduardo Ricci, em referência aos mais de 35% de avanço na Arena Pantanal.
Das outras seis arenas com obras em andamento (no Beira-Rio, a parceria entre o Inter e a construtora Andrade Gutierrez foi aprovada semana passada, mas a reforma no estádio só recomeçará em cerca de 30 dias), Curitiba e Natal foram as únicas a não confirmar oficialmente o dado. Mas a tendência é seguirem o mesmo caminho do trabalho a todo vapor. Sobretudo a Arenas das Dunas, a mais comprometida em termos de prazo (menos de 15%).
Vale lembrar, no entanto, que Recife e Salvador ainda pleiteam estar na Copa das Confederações, em junho de 2013, e devem provar à Fifa dentro de seis meses que estarão aptos a entregar o trabalho concluído até três meses antes da competição.
obras arenas das dunas (Foto: Fifa.com)

domingo, 18 de dezembro de 2011

#FORARICARDOTEIXEIRA


Há duas semanas foi aprovado no senado o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 29/11, cuja origem é a Medida Provisória nº 540/11. O PL, que dispõe sobre questões tributárias, terminou incluindo a autorização para o uso de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Mais uma vez estamos diante da possibilidade de uma farra justificada em nome desses megaeventos.
O PL está agora na mesa da presidenta Dilma Roussef para sanção. Jorge Hereda, presidente da Caixa Econômica (que gerencia o FGTS), é contrário à medida. Com razão. Os recursos do fundo são hoje utilizados para financiar programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida, além de obras de saneamento. Não faz o menor sentido usar estes recursos em operações urbanas consorciadas de obras de mobilidade e transporte,  infraestrutura aeroportuária, empreendimentos hoteleiros e comerciais, como define o PL.
Para quem nunca ouviu falar, as operações urbanas consorciadas de obras de mobilidade e transporte podem ser, por exemplo, a utilização de áreas lindeiras à linha de transporte urbano para grandes empreendimentos imobiliários realizados pela iniciativa privada, muitas vezes desrespeitando, inclusive, o próprio planejamento local.
Vale lembrar que os projetos de mobilidade já contam com recursos do governo federal através do PAC da Mobilidade. Os estádios já estão sendo construídos ou reformados pela iniciativa privada com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Essa aprovação do uso dos recursos de FGTS, na surdina, só pode ser para financiar obras não incluídas na Matriz de Responsabilidades da Copa, que é o único documento oficial que prevê obras ligadas à Copa nas cidades. O resto são rumores.
Já se calcula que, num curto a médio prazo, se os programas habitacionais e de saneamento continuarem no ritmo que estão hoje, os recursos do FGTS não serão suficientes para mantê-los, ou seja, será necessário buscar outras formas de financiamento. Mas o grande problema dessa medida, além de ter sido aprovada de maneira oportunista numa Lei que nada tem a ver com a Copa e as Olimpíadas, é permitir o uso de um crédito que é dos trabalhadores brasileiros, com juros muito baixos, para financiar a farra da Copa.