quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Curriculo da SEDF


Secretaria apresenta o Currículo em Movimento para a Educação Básica

Nova política educacional busca reverter índices de reprovação e privilegia estratégias pedagógicas inovadoras, considerando espaços de recuperação da aprendizagem
O Secretário de Educação do Distrito Federal, Denilson Bento da Costa, apresentou nesta segunda (14), a Política Educacional a ser implantada no ano letivo de 2013 na Rede Pública de Ensino do Distrito Federal. O Currículo em Movimento da Educação Básica apresenta uma proposta de expansão da política de ciclos, além da organização do ensino médio a partir da semestralidade.
“Como capital do país não podemos figurar com índices de reprovação tão altos. De acordo com o Censo Escolar de 2011, o Distrito Federal tem a segunda maior taxa de reprovação do Brasil – quase 20% do ensino médio”, afirmou o secretário de Educação. Segundo ele, o Currículo em movimento vem agregar nova perspectiva para o enfrentamento desse cenário, uma vez que reorganiza estratégias pedagógicas, tendo como princípio norteador a garantia das aprendizagens. Ainda segundo o professor Denilson, a implantação, em 2005, da proposta de ciclo nas séries iniciais, por meio do Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), reverteu a reprovação entre os 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental. “O que estamos propondo agora é a expansão desse sistema de ciclos e a organização do ensino médio no contexto da semestralidade. Medidas que vão contribuir de forma importante para reverter o baixo desempenho acadêmico, tendo ainda melhorias nas condições de ensino e aprendizagem”.
É nesse contexto que a SEDF apresenta o Currículo em Movimento para a Educação Básica. O documento é fruto de um processo que teve início na discussão nas Plenárias do Currículo, realizadas nas Regionais de Ensino em 2011 e dos Seminários Regionalizados em 2012, que culminaram na proposta de expansão da política de ciclos e se configuraram na atual política educacional.
Mudança
A organização educacional em ciclos rompe com o sistema de seriação e se apropria de novas estratégias de aprendizagem, respeitando a idade dos estudantes e trabalhando com os chamados conteúdos significativos. “Os ciclos podem ter dois ou três anos de duração, um espaço de tempo que privilegia a atenção aos estudantes”, explica a assessora especial Natália Duarte de Souza. Segundo ela, o BIA é apontado por estudiosos como uma estratégia que reverteu a tendência de queda dos índices de desempenho nessa etapa e assegurou os primeiros lugares no IDEB. Entretanto, essa reversão não foi acompanhada nas séries finais e no ensino médio.
Duarte explica que as principais propostas são a organização dos conteúdos em áreas do conhecimento e a adoção de ciclos, em substituição ao sistema de seriação convencional. O Primeiro Ciclo (Educação Infantil) está voltado às crianças de 0 a 3 anos (creche) e 4 e 5 anos; o Segundo Ciclo (Ensino Fundamental I) engloba o Bloco I (BIA – 6,7 e 8 anos) e o Bloco II (4º e 5º anos); o Terceiro Ciclo (Ensino Fundamental II) vai do 6º ao 9º anos e o Quarto Ciclo (Ensino Médio) passa a ter a organização semestral, compreendendo os Blocos I e II, que agrupam as disciplinas por área de conhecimento (ver quadro comparativo no link).
Outra escola é possível
O Distrito Federal será a quinta unidade da federação a implantar a semestralidade no ensino médio.A Semestralidade adotada no Quarto Ciclo é uma proposta de reorganização do tempo e espaços pedagógicos que foi elaborada com a participação de professores, gestores e coordenadores pedagógicos de todas as 14 Coordenações Regionais de Ensino ao longo do ano de 2012. Essa estratégia metodológica inovadora impacta a organização do trabalho pedagógico, especialmente as condições de trabalho dos professores dessa etapa e as condições de ensino dos estudantes. Ela reorganiza as áreas de conhecimento por semestre, permitindo ao professor reduzir pela metade o número de estudantes para quem leciona, o número de diários e registros burocráticos e o número de avaliações a serem corrigidas.
Com esta mudança tem-se ampliada, em duas vezes, a carga horária semanal destinada à disciplina, o tempo com cada aluno e o tempo com cada turma. Para o estudante de ensino médio, a semestralidade reduz pela metade o número de disciplinas e professores durante a semana e amplia em duas vezes a carga horária semanal de cada disciplina, o tempo com cada professor e as estratégias de aprendizagem. Tal organização propicia ao professor e aos alunos tempos e espaços diversificados de avaliação e aprendizagem, com implantação de projetos interventivos, elaborados em coordenação coletiva dos professores.
Implantação

A implantação dessa política se dará em tempos diferentes. O Primeiro Ciclo terá implantação imediata. O Segundo Ciclo terá implantação imediata em cinco Regionais de Ensino (Recanto das Emas, Santa Maria, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e Guará). Nas demais Regionais a implantação será por adesão das escolas, sendo que o prazo para adesão é até sexta (18). O Terceiro Ciclo será implantado apenas nas escolas que aderirem e apresentem as condições para implantação (13 escolas inicialmente).
O Quarto Ciclo terá implantação imediata nas 63 escolas, das 86 que ofertam o ensino médio, que detém as condições necessárias estabelecidas pela Subsecretaria de Planejamento e Avaliação (SUPLAV).
De acordo com assessores da SEDF, em fevereiro haverá um processo de debate nas unidades escolares, seguido de etapas regionais de discussão e uma plenária Distrital para validação final do Currículo em Movimento, que estará disponível no site da SEDF ainda em fevereiro. Ainda segundo o grupo de trabalho, a formação continuada dos professores é um dos pilares fundamentais do processo de expansão dos ciclos e da implantação da semestralidade. “Grupos de estudo, cursos de formação e palestras com pensadores de renome estão entre as medidas adotadas para a garantia do aperfeiçoamento do processo de expansão dos ciclos”, diz Olga Freitas, diretora da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE).
Estratégias de Apoio e Acompanhamento
“É importante lembrar que nós somos signatários do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, programa federal lançado recentemente”, ressaltou Denilson Costa, ao explicar que estratégias e recursos pedagógicos que compõem o programa também contribuirão para o aprimoramento do sistema de ciclos. O Secretário também destacou que um conjunto de medidas está em curso para que as escolas tenham assegurados os recursos tecnológicos, estruturais e de formação para o sucesso da política educacional adotada. A ampliação das equipes das Gerências Regionais de Educação Básica e a ampliação dos recursos repassados às escolas estão entre os exemplos citados pelo titular da pasta da educação.
Confira no link a síntese dos principais pontos da mudança proposta pela SEDF no Currículo da Educação Básica.

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