De Eduardo Paes para Ricardo Teixeira
No dia 31 de março de 2010, Ricardo Teixeira foi homenageado na Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro.
Abaixo os principais trechos do discurso do prefeito carioca Eduardo Paes ao saudar o ex-presidente da CBF e do COL, atualmente refugiado em Boca Raton, com direito a elogios também a João Havelange.
Será que ele repetiria o discurso hoje?
Talvez, porque, à época, já eram mais que conhecidas todas as denúncias contra ambos e, mesmo assim, os elogios foram fartos, como se apostando na impunidade eterna.
Seja como for, Paes se mostra bastante desinformado sobre a atuação de Teixeira à frente do futebol brasileiro.
Ele faz elogios às mudanças em nossos campeonatos e as atribui ao ex-cartola, esquecido de duas constatações fundamentais:
1. as mudanças só ocorreram devido ao Estatuto do Torcedor, que Teixeira fez tudo para torpedear;
2. e a partir de 2003, depois que o ex-genro de Havelange estava há nada menos de 14 anos no poder!
O prefeito também elogia Teixeira por este recusar auxílio público, talvez por ignorar que ele assim agia para evitar qualquer tipo de fiscalização dos tribunais de contas.
Leia:
“Eu quero saudar a todos, começando pelo nosso querido Vereador Dr. Fernando Moraes, que preside a esta Solenidade; meu querido amigo Pezão, Vice-Governador do Estado; meu querido amigo Luiz Zveiter, Presidente do Tribunal de Justiça; meu querido amigo Cláudio Lopes, Procurador de Justiça; meu amigo também Presidente da Federação de Futebol do Estado, Rubens Lopes; e o meu amigo Ricardo Teixeira.
“Eu quero saudar a todos, começando pelo nosso querido Vereador Dr. Fernando Moraes, que preside a esta Solenidade; meu querido amigo Pezão, Vice-Governador do Estado; meu querido amigo Luiz Zveiter, Presidente do Tribunal de Justiça; meu querido amigo Cláudio Lopes, Procurador de Justiça; meu amigo também Presidente da Federação de Futebol do Estado, Rubens Lopes; e o meu amigo Ricardo Teixeira.
Aliás, uma saudação especial, a mais especial de todas, a esse grande brasileiro, que é o nosso João Havelange, sempre homenageado pelo mundo inteiro e que nos honra com a sua presença aqui hoje.
Eu queria, no momento em que homenageamos o Ricardo — e ele me permite chamá-lo assim – contar aqui alguns casos,’ porque tenho a honra – eu não quero aqui, de forma alguma,’ insinuar que o Ricardo já passa de certa idade -,- o Prefeito do Rio de Janeiro tem a honra de ter sido estagiário do Ricardo Teixeira; esta é uma história que nem todas as pessoas’ conhecem. Mas eu, com os meus 18 anos, 19 anos (…) tive a oportunidade de trabalhar no Departamento Jurídico da CBF, fazendo o acompanhamento, Desembargador Zveiter, das ações da CBF no Fórum.(…)
Um fato que marca bem o Ricardo Teixeira, como Presidente da CBF, são as transformações que aconteceram no futebol brasileiro, a partir de sua entrada. Sem querer desmerecer qualquer personagem do passado, mas lembramos bem como era a tabela do futebol brasileiro até essa modernização e organização feita pelo Ricardo e pelo seu time da CBF.(…)
Sabemos como era a desorganização do futebol brasileiro numa época em que o Campeonato Regional era num momento, o Campeonato Nacional e o Brasileiro em outro momento, os clubes não se entendiam. Mas o Ricardo conseguiu trazer isso.
E o que Ricardo fez, ao longo desses anos no futebol brasileiro, foi mudar a cultura do futebol brasileiro. Sabemos hoje quando começa o Campeonato Regional e quando’termina; sabemos hoje quando começa o Campeonato nacional e quando termina.(…)
A Seleção Brasileira tem um calendário definido, tudo isso é fruto dessa mudança de cultura.
O Ricardo é muito tímido para quem não conhece, mas é um grande amigo, uma pessoa que respeito e admiro muito.
Uma salva de palmas. Viva o Ricardo Teixeira! Viva o Rio de Janeiro!
(PALMAS)
(PALMAS)
Vou contar outro caso do Ricardo.
Mas o Ricardo Teixeira tem outra característica importante, obviamente, na tentativa de trazer as coisas para o Rio, ofereci um terreno da Prefeitura para se fazer uma permissão de uso para que a CBF construísse ali a sua sede, que é concentração da Seleção.
O Ricardo disse: “Eu não quero terreno dado de Governo; o terreno do Governo deve servir a população. A CBF vai comprar o seu terreno”. Eu disse: “Então, Ricardo, vamos fazer aqui um Museu do Futebol do Rio de Janeiro, com recursos públicos”.
O Ricardo, no primeiro momento, aceitou constrangido, depois ele me pediu uma audiência e me procurou dois meses depois, para dizer: “Eu estive pensando bem. Não tem por que se gastar o dinheiro da população com o Museu do Futebol. A CBF tem condições de fazer o Museu do Futebol”.
São casos raros de brasileiros que procuram os governos e rejeitam os recursos.(…) Portanto esse registro eu não poderia deixar de fazê-lo“.
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