Investimento de verba pública no ciclo olímpico bate recorde e passa dos R$ 2 bi
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
A delegação brasileira que vai aos Jogos de Londres é a mais “turbinada” da história olímpica do país. Nos últimos quatro anos, o volume de investimento de dinheiro público duplicou em relação ao ciclo olímpico anterior, chegando a cerca de R$ 2,1 bilhões, contra pouco mais de R$ 1 bilhão no caminho até Pequim.
O levantamento feito pelo UOL Esporte leva em consideração diversas fontes de injeção de recurso. Estão incluídas as verbas provenientes da Lei Piva, que destina dinheiro das loterias para o esporte; os patrocínios de estatais a confederações; a Lei de Incentivo ao Esporte, que usa a renúncia fiscal para estimular investimento privado; e projetos do Ministério do Esporte.
A pasta, hoje comandada por Aldo Rebelo, é a maior “patrocinadora” do esporte olímpico do país. Segundo dados do próprio ministério, foram R$ 644 milhões aportados nos últimos quatro anos. Na lista estão incluídos projetos como o Bolsa-Atleta (espécie de salário para esportistas de diversas modalidades) e investimento em infraestrutura e planejamento.
CONHEÇA O INVESTIMENTO
Lei Piva
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R$ 550 mi
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Patrocínio de estatais
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R$ 520 mi
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Ministério do Esporte
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R$ 644 mi
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Lei de Incentivo
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R$ 433 mi
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Logo atrás vem a Lei Piva, que destina verba ao COB (que repassa às confederações), ao CPB e ao esporte universitário. Nestes quatro anos, R$ 550 milhões foram disponibilizados, levando em conta apenas metade do orçamento considerado para 2012.
As estatais também participam dessa conta. Banco do Brasil, Caixa, Infraero, Correios, Eletrobrás e BNDES têm seus projetos de patrocínio esportivo. Juntas, as empresas investiram R$ 520 milhões em modalidades como vôlei, vela, tênis, ginástica, atletismo, lutas, judô, natação, basquete e até canoagem.
A Petrobras, que no ciclo olímpico chegou a investir de forma convencional no handebol até 2009, também segue colocando dinheiro no esporte. Só que hoje a petrolífera é uma das usuárias da Lei de Incentivo ao Esporte, que permite que empresas usem até 1% de seu imposto de renda em projetos aprovados pelo Ministério do Esporte.
Atualmente, ela investe em boxe, esgrima, levantamento de peso, remo e taekwondo, e já gastou R$ 32,51 com a iniciativa. No total, a Lei de Incentivo ao Esporte destinou R$ 433,7 milhões a esportes de alto rendimento, atendendo desde projetos de clubes até iniciativas isoladas de atletas.
O aumento da verba passa, entre outras coisas, pela conquista do direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Só que o aumento do investimento não tem sido garantia de resultados melhores. Em Pequim, com a maior verba pública aportada até então, a delegação brasileira teve um desempenho inferior ao de Atenas em 2004, e só um pouco à frente de Atlanta, em 1996.
Para Londres, o COB espera apenas repetir o desempenho de Pequim, com 15 medalhas, sem distinção de cor. Em termos de volume de atletas, 2012 já ficou atrás. Há quatro anos o Brasil levou 277 competidores para a China, 18 a menos do que o grupo que está prestes a competir no Reino Unido, com baixas sensíveis nos times de atletismo e natação.
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