Gonzagão 100 anos CCBB
Apresentações de Moraes Moreira, Carlos
Malta, Pife Muderno, Chico Cesar, Quinteto da Paraíba, Marcelo Caldi, Otto,
Casuarina, Bebe Kramer, Daniel Gonzaga e As Chicas
Daniel Gonzaga
diretor musical
Começo
esse texto com um exercício de imaginação quase banal e totalmente infantil,
mas nem por isso pouco relevante: E se pudéssemos voltar cem anos no tempo? Cem
anos atrás. No meu caso, que escrevo o texto, dia 5 de maio de 1912. O que existia
era um Brasil que tinha assinado a lei Áurea em 1888, pouco antes da
proclamação da republica, em 1889. Esse Brasil ainda agrário, teria pela frente
a semana de arte de 1922 e abrigaria intelectuais capazes de fazer essa mesma
arte brasileira ganhar o mundo por qualidades únicas.
Maio de 1912. Januário consertava seus foles e de vez em quando parava para olhar a mulher que anunciara a gravidez poucos dias antes. Dali nasceria Luiz Gonzaga. Nasceria aos pés da serra do Araripe, num lugar chamado Exu, distante pra
de viagem da capital - o Rio de Janeiro.
Como
compreender a música? Como chegava aos ouvidos desse menino o fenômeno
"música" em 1925 ou 1930 - ano de sua partida? Ecos da capital? Repetição
das toadas, modas e baiões do sertão? O fato e que essa música não só foi por
ele assimilada, como foi também argutamente aprimorada por sua sensível
personalidade genial. Tendo um amplo espectro de ritmos trabalhados e assuntos abordados,
promoveu então a integração do "norte" com o "Sul" A partir
dessa “percepção" da música, Gonzaga tornou-se um dos pilares da música
popular brasileira. Sua música e amplificada nas vozes de milhares de artistas
pelo Brasil afora, sendo referencia e mote de (re) criação.
Esse projeto reverencia não só o grande nome de Luiz Gonzaga, como sua diversidade musical. Sua variedade sonora dentro do universo restrito do forro pé de serra e no momento histórico e cultural em que isso acontecia.
Ouvir Luiz Gonzaga em diversas roupagens. (Re) significar.Carlos Malta, Otto, Casuarina... Moraes, Gonzagas... Todos parte de uma mesma música popular brasileira e todos diferentes entre si. Sotaques, linguagens e propriedades. Porta-vozes de mensagens vindas de uma época em que não havia celular, internet, tablet... Nem TV, nem CD (ou vinil...)... Termino esse texto com um exercício de imaginação quase banal e totalmente infantil, mas nem por isso pouco relevante:
E se pudéssemos voltar cem anos no tempo? Seriamos nos capazes de prenunciar e criar uma música que durasse cem anos?
Programação
Dia 24/6, palco ao ar livre
“Sertão de cores e amores”
Com Moraes Moreira (violão e
voz), Carlos Malta e Pife Muderno – (Andréa Ernest Dias (flauta), Oscar Bolão
(caixa e pratos) , Bernardo Aguiar (pandeiro), João Hermeto (percussão)
Dias 29, 30/6 e 01/7 no teatro do CCBB
“Só deixo o meu cariri...”
Com
Chico César (voz, violão), Marcelo Caldi (acordeon, piano) e Quinteto da
Paraíba (quinteto de cordas: violino, 2 violas, cello e contra baixo)
Dias 6,7 e 8/7 no teatro do CCBB
“A volta da Asa Branca”
Com
Otto (voz), Bebe Kramer (acordeon) e Casuarina – (violão, cavaquinho, pandeiro
e voz, bandolim, tan tan e voz)
Dias 13,14 e 15/7 no teatro do CCBB
“A Hora do Adeus”
Com
Daniel Gonzaga (violão e voz) e As Chicas (voz, sanfona, contra baixo e
bateria)
Ficha Técnica
Idealização
e Coordenação Geral: Andrea Alves.
Diretor
Musical: Daniel Gonzaga.
Produção
Artística: Rodrigo Rezende.
Produção
Executiva: Vivi Borges.
Realização:
Sarau Agência de Cultura Brasileira.
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