terça-feira, 23 de setembro de 2014

ESPAÇO VIVO: FUTEBOL E HOMOFOBIA


Por Carlos Augusto Peres
Colaboração: Elizabeth Queijo

Para nós, torcedores do São Paulo, hoje a derrota foi dupla: dentro e fora de campo!
Sou são-paulino de coração, e fiquei muito mais triste com essa notícia do que com a derrota do meu time.
Como é raro ver as palavras das pessoas saírem do mero discurso e irem pra prática. Aposto que, no discurso, muitos desses torcedores não se consideram homofóbicos, assim como provavelmente não se consideram racistas. E é por não se considerarem que de fato o são, em suas práticas mais cotidianas.
Será simplesmente uma piada ou brincadeira chamar o torcedor do time adversário de "bambi" ou "gaivota"? Quem estamos realmente ofendendo? Por quais razões ser "bambi" ou "gaivota" seria pejorativo? O que há de errado em ser homossexual?
Pois é, nossas pequenas ações cotidianas, piadinhas, brincadeiras, aquelas "coisas do futebol", são ações práticas de uma homofobia que muitas vezes não reconhecemos, mas que fere e mata. Como sequer reconhecemos, não achamos necessário lutar pelos direitos dessa minoria, e é por isso, por exemplo, que até hoje homofobia não é crime.
Todos os dias pessoas apanham e são assassinadas por serem diferentes do """padrão normal""" (entre todas as aspas). Torço para que um dia as torcidas como a Bambi Tricolor e a Gaivotas da Fiel consigam mudar o mundo (não só do futebol), livrando-nos de toda essa caretice e babaquice.


Após Corinthians pedir fim do grito de "bicha", torcida são-paulina faz provocação homofóbica em Itaquera antes do clássico. Leia: http://oesta.do/1utfOJ5

Foto: Reginaldo Castro

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