sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONTRA OS PRECONCEITO AOS/AS GORDOS/AS

 Desde 2007 tenho perdido o controle ao meu peso. Sou professor de educação Física e sempre adorei esportes e atividades físicas em geral. Em 2007, tive a oportunidade de me aprofundar nos estudos ao fazer um mestrado na UnB, ao mesmo tempo eu trabalhava 40 horas e nas horas extras estava ocupado com atividades de militancia política na área da Educação Física, do esporte e do Lazer. Querendo sim, dar minha parcela na mudança necessária nesse mundo que vivemos.

Nesta época, parei de pedalar, nadar e praticar esporte (coisas que sempre gostei de fazer) mas que não tinha mais tempo para fazer. De lá para cá engordei mais de 25 quilos. Em 2010, voltei a paraticar futebol e a tentar fazer outras coisas, mas a dificuldade com a balança continua. Sempre tive uma boa auto-estima e sou tranquilo em realação a isso. 

Mas comecei a perceber que vivemos em um mundo extremamente preconceituo contra os gordas e as goras. A ditadura da beleza, encabeçada pela indústria fitness, procura te fazer sentir mal, para que você possa consumir cada vez mais dela.

Sim, gostaria de emagrecer, no sentido da melhoria da minha saúde, e fazer coisas que sempre gostei, jogar futebol, nadar, fazer bananeiras, dançar. Ninguém é gordo porque quer! Não é tão facil emagrecer para algumas pessoas. O que não se pode admitir é a constante agressão que sofremos. O texto abaixo fala um pouco sobre isso. Vale a pena!

 http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2012/10/mire-se-no-exemplo-desta-ancora-de-tv_4.html

MIRE-SE NO EXEMPLO DESTA ÂNCORA DE TV

A Tai me enviou um email com um vídeo em inglês anteontem. Achei genial, chorei um tiquinho. Inspirador mesmo. É assim que temos que lidar com bullies, trolls e haters, e ensinar as crianças a agir desta forma. Claro, seria muito melhor viver num mundo sem pessoas intolerantes e preconceituosas, mas não sei se algum dia isso será possível.
O que a âncora de TV Jennifer Livingston descreve é um típico "concern troll", um troll que finge estar preocupado contigo ou com alguma coisa para simplesmente passar seu ódio. Pessoas gordas estão acostumadas a este tipo de troll. É aquele que diz estar preocupado com a sua saúde (não a sua aparência, imagine), e com o exemplo que você transmite a sua comunidade. Vocês já viram nos comentários de qualquer post meu sobre aceitação do corpo acusações a minha irresponsabilidade -- dizer pra pessoas gordas terem autoestima é fazer com que todo mundo vire gordo. 
A mensagem subliminar é: sem ser agredida constantemente, como a pessoa vai querer mudar? Tenho más notícias pra você, troll preocupado. Se bullying funcionasse, não existiriam gordxs. Porque todo gordx já foi xingado exclusivamente pela sua forma física.
Bom, vocês vão ver como o discurso da âncora é brilhante. Pedi pra Tai traduzi-lo pra mim, porque estou completamente sem tempo (viajo hoje pra SP, pra duas palestras e uma entrevista), e ela fez um ótimo trabalho. Super obrigada, Tai!

Eu quero parar um minuto para tratar de um acontecimento que se tornou assunto falado na comunidade no fim de semana passado, especialmente no facebook, e que diz respeito a mim.
Na sexta-feira eu recebi o seguinte email de um homem da cidade de La Crosse, marcado com o assunto “Responsabilidade Social”, que diz o seguinte:
Olá Jennifer,
É pouco comum que eu assista a seu programa matutino, mas fiz isso hoje por alguns minutos. Fiquei realmente surpreso ao perceber que a sua condição física não melhorou nada durante todos esses anos. Certamente você não se considera um exemplo adequado aos jovens da comunidade, especialmente às garotas. A obesidade é uma das piores escolhas que uma pessoa pode fazer, e um dos mais perigosos hábitos a se manter. Deixo-lhe essa observação esperando que você reconsidere sua responsabilidade como personalidade pública local, para apresentar e promover um estilo de vida saudável.
Nós que fazemos parte dos meios de comunicação recebemos uma grande quantidade de críticas dos nossos telespectadores através dos anos, e sabemos que é uma consequência de se trabalhar com o público. Mas esse email foi mais que isso. Enquanto eu tentei meu melhor para rir desse ataque tão doloroso a minha aparência, meus colegas e entes queridos não conseguiram fazer o mesmo, especialmente meu marido, âncora do jornal das 6h10min, Mike Thompson. 
Mike postou esse e-mail na página da WKBT no Facebook, e o que se seguiu tem sido verdadeiramente inspirador. Centenas e centenas de pessoas tiraram um tempo de seus dias não só para levantar meu espírito, mas para se posicionar contra ataques desse tipo. Vamos falar mais disso em um segundo, mas primeiro, a verdade é que estou acima do peso. Você poderia me chamar de gorda e até mesmo de obesa num diagnóstico médico. Mas eu pergunto à pessoa que me escreveu o e-mail: você acha que eu não sei? Acha que suas palavras cruéis estão mostrando algo que eu não vejo? Você não me conhece. Você não é meu amigo. Você não faz parte da minha família, e você admitiu que você sequer assiste meu programa, então você não sabe nada sobre mim além do que você vê pelo lado de fora, e eu sou muito mais que um número numa balança.
E tem algo que eu gostaria que todos nós aprendêssemos desse acontecimento. Se você ainda não sabe, outubro é o Mês Nacional Contra o Bullying, que é um problema que vem crescendo diariamente em nossas escolas e na internet. É uma questão importante na vida dos jovens hoje em dia, e eu, sendo mãe de três garotinhas, fico aterrorizada. Mas eu sou uma mulher adulta e felizmente tenho uma pele grossa, literalmente, como o e-mail assinalou, e da outra forma também. 
Sendo assim, as palavras deste homem não significam nada para mim. O que me deixa furiosa mesmo é que há crianças que não adquiriram ainda esta segurança. Que recebem e-mails tão críticos quanto este que eu recebi, e às vezes até piores, todo santo dia. A internet se tornou uma arma. Nossas escolas tornaram-se campos de guerra. E esse tipo de comportamento é aprendido e disseminado por pessoas como o homem que me escreveu o e-mail.
Se você na sua casa está falando da apresentadora gorda do telejornal, adivinhe: seus filhos provavelmente vão chamar alguém de gordo na escola. Nós precisamos ensinar nossos filhos a serem gentis, e não ásperos, e nós temos que fazer isso dando o exemplo.
Tantos de vocês vieram em minha defesa nos últimos quatro dias que estou impressionada com suas palavras. Aos meus colegas e amigos de hoje e de anos atrás, minha família, meu marido incrível, e tantos outros de vocês que provavelmente eu nunca terei a oportunidade de conhecer; eu jamais serei capaz de agradecê-los o bastante pelo apoio que vocês me deram. E nós estamos nos manifestando contra esse agressor. 
Nós somos melhores que aquele email. Nós somos melhores que os agressores que tentarão nos derrubar. E isso é o que eu deixo a vocês: a todas as crianças por aí que se sentem perdidas, que estão lutando com seu peso, com a cor da sua pele, sua orientação sexual, sua necessidade especial, e até mesmo com as espinhas no seu rosto, me escutem. Não deixem sua autoestima ser definida por bullies. Aprendam com a minha experiência que as palavras cruéis de uma pessoa não são nada comparadas ao brado de muitos.
Voltaremos em instantes.

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