segunda-feira, 11 de junho de 2012

IMPERDÍVEL


Gonzagão 100 anos CCBB


Apresentações de Moraes Moreira, Carlos Malta, Pife Muderno, Chico Cesar, Quinteto da Paraíba, Marcelo Caldi, Otto, Casuarina, Bebe Kramer, Daniel Gonzaga e As Chicas

Daniel Gonzaga
diretor musical

Começo esse texto com um exercício de imaginação quase banal e totalmente infantil, mas nem por isso pouco relevante: E se pudéssemos voltar cem anos no tempo? Cem anos atrás. No meu caso, que escrevo o texto, dia 5 de maio de 1912. O que existia era um Brasil que tinha assinado a lei Áurea em 1888, pouco antes da proclamação da republica, em 1889. Esse Brasil ainda agrário, teria pela frente a semana de arte de 1922 e abrigaria intelectuais capazes de fazer essa mesma arte brasileira ganhar o mundo por qualidades únicas.

Maio de 1912. Januário consertava seus foles e de vez em quando parava para olhar a mulher que anunciara a gravidez poucos dias antes. Dali nasceria Luiz Gonzaga. Nasceria aos pés da serra do Araripe, num lugar chamado Exu, distante pra 600 km de Recife, que distava pra mais de sei lá quantos dias
de viagem da capital - o Rio de Janeiro.

Como compreender a música? Como chegava aos ouvidos desse menino o fenômeno "música" em 1925 ou 1930 - ano de sua partida? Ecos da capital? Repetição das toadas, modas e baiões do sertão? O fato e que essa música não só foi por ele assimilada, como foi também argutamente aprimorada por sua sensível personalidade genial. Tendo um amplo espectro de ritmos trabalhados e assuntos abordados, promoveu então a integração do "norte" com o "Sul" A partir dessa “percepção" da música, Gonzaga tornou-se um dos pilares da música popular brasileira. Sua música e amplificada nas vozes de milhares de artistas pelo Brasil afora, sendo referencia e mote de (re) criação.

Esse projeto reverencia não só o grande nome de Luiz Gonzaga, como sua diversidade musical. Sua variedade sonora dentro do universo restrito do forro pé de serra e no momento histórico e cultural em que isso acontecia.
Ouvir Luiz Gonzaga em diversas roupagens. (Re) significar.Carlos Malta, Otto, Casuarina... Moraes, Gonzagas... Todos parte de uma mesma música popular brasileira e todos diferentes entre si. Sotaques, linguagens e propriedades. Porta-vozes de mensagens vindas de uma época em que não havia celular, internet, tablet... Nem TV, nem CD (ou vinil...)... Termino esse texto com um exercício de imaginação quase banal e totalmente infantil, mas nem por isso pouco relevante:

E se pudéssemos voltar cem anos no tempo? Seriamos nos capazes de prenunciar e criar uma música que durasse cem anos?

Programação

Dia 24/6, palco ao ar livre 
“Sertão de cores e amores”
Com Moraes Moreira (violão e voz), Carlos Malta e Pife Muderno – (Andréa Ernest Dias (flauta), Oscar Bolão (caixa e pratos) , Bernardo Aguiar (pandeiro), João Hermeto (percussão)

 Dias 29, 30/6 e 01/7 no teatro do CCBB
“Só deixo o meu cariri...”
Com Chico César (voz, violão), Marcelo Caldi (acordeon, piano) e Quinteto da Paraíba (quinteto de cordas: violino, 2 violas, cello e contra baixo)

 Dias 6,7 e 8/7 no teatro do CCBB
“A volta da Asa Branca”
Com Otto (voz), Bebe Kramer (acordeon) e Casuarina – (violão, cavaquinho, pandeiro e voz, bandolim, tan tan e voz)

 Dias 13,14 e 15/7 no teatro do CCBB
“A Hora do Adeus” 
Com Daniel Gonzaga (violão e voz) e As Chicas (voz, sanfona, contra baixo e bateria)

Ficha Técnica
Idealização e Coordenação Geral: Andrea Alves.
Diretor Musical: Daniel Gonzaga. 
Produção Artística: Rodrigo Rezende. 
Produção Executiva: Vivi Borges. 
Realização: Sarau Agência de Cultura Brasileira. 

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