In Memorian: Cantarino

Professor Mestre Mario Cantarino (1931-2012)

Não há quem viva a Educação Física no Brasil e muito menos em Brasília, que não conheça Mario Cantarino. O velho mestre que nos deixa aos 81 anos, não sem ter marcado cada um de nós, trabalhou até quando deu, Em 2011, tive o prazer de encontrá-lo cotidianamente em suas aulas/treinos no CIEF (Centro Integrado de educação Física) da Secretaria de Educação do Distrito Federal.
Sempre falador, nos contava histórias que não estavam nos livros. Sim, ele era um Patrimônio da Educação, da Educação Física e do Esporte, e assim deve ser lembrado. Uma justa homenagem seria conferir seu nome ao Estádio de Atletismo do CIEF, palco últimos de suas peripécias.
Confira uma boa entrevista que cantarino deu para a Associação Brasiliense de Corredores de Brasília:

http://www.abc.esp.br/index.php?conteudo=9&id=732

O primeiro contato que tive foi em meus últimos anos de faculdade (FEF-UnB) onde voltou da aposentadoria como professor convidado para lecionar sobre "História da Educação Física". Bem adequado, por sinal. acabou por ser o patrono da nossa turma de formandos 02/02 da FEF-UnB.
Outro episódio, foi quando resolveu vender sua biblioteca exclusiva e história sobre educação Física e Esporte, queríamos que esse acervo magnífico fosse para UnB, o qe infelizmente não ocorreu. pelo menos está sendo bem cuidado na Universidade Federal do Espírito Santo. Ainda acho que a UnB poderia adquiri-la...

http://www.youtube.com/watch?v=ervvpTInqnE

Enfim, o Mestre Cantarino merece todas as homenagens.
Seu velório ocorrerá hoje as 13 horas no Campo da Boa Esperança, Brasília.
E que seja embalado pela música de luiz Gonzaga, sobre o pássaro homônimo.

Cantarino
Luiz Gonzaga

"Volto agora a minha terra
Volto agora ao meu torrão
Trago paz pra minha gente
Trago amor no coração
Quero ouvir a Asa Branca
Contemplar o amanhecer
Quero amar este recanto
Terra que me fez nascer
Canta, canta, cantarino
Quero ouvir o teu cantar
Canta, canta, cantarino
Canta para me ajudar
Teu canto é a promessa
De um ano chovedor
Teu canto é a esperança
De um povo sofredor"


NOTA DE FALECIMENTO
A Secretaria Distrital do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, em nome de toda a comunidade de Educação Física associada, manifesta seu pesar por ocasião do falecimento do Professor Mestre Mario Ribeiro Cantarino Filho, grande expoente da Educação Física e do Esporte no Distrito Federal e no Brasil.

Mestre Cantarino nasceu em 05 de setembro de 1930, em Niteroí-RJ, quinto de uma família de oito filhos. Envolvido com o atletismo desde os 16 anos (1946), em 1947 fez curso na Escola Nacional de Educação Física. Já experiente na área, onde foi auxiliar técnico no Fluminense Futebol Clube e técnico de atletismo, cursou a graduação em 1959, formando-se em 1961. Dessa época, denota a paixão pelos livros, que viria a colecionar, chegando a mais de 5 mil títulos, hoje adquirido pela UFES.

Foi lecionar por 12 anos na Universidade Federal do Espírito Santo. Em 1974, foi para UnB e adotou Brasília como sua cidade do coração. Sua atuação profissional marcou definitivamente os rumos do atletismo universitário e profissional. Sempre fez questão de falar sobre as pessoas que passaram pelas suas mãos. Além de atletas de renome nacional e internacional, formou muita gente de bem.

“Treinei uma boa quantidade de atletas que receberam orientação, não só como treinador, mas também orientação educacional. Isso não é medido. Querem saber quanto fulano faz? Qual seu melhor atleta? No meu entendimento, essa é uma visão muito exótica, bastante estranha. Levei até um susto quando me perguntaram isso em Lima. O técnico só é bom se tem um campeão na mão. Se você compra um talento, é fácil ter um campeão na mão. Temos exemplos em Brasília. Faz-se o talento e vem alguém e o leva embora, e fica-se chupando dedo. Na hora de se projetar, você não tem mais o talento. Agora, ninguém olha o outro aspecto. O que foi feito com toda essa garotada. Houve, a pouco tempo, numa conferência, uma crítica ao esporte competitivo, por exemplo no CIEF(Centro Interescolar de Educação Física); conheci muitos atletas que são engenheiros, médicos, bombeiros, enfermeiros, nenhum virou bandido. Foram essas pessoas que foram trabalhadas, não foram ao pódio olímpico, mas foram pessoas que praticaram o atletismo em nível local e nacional, que se formaram e tiveram uma orientação de vida. Isso daí a gente precisa avaliar, não é só o campeão que você faz”. (Entrevista concedida à Associação Brasiliense de Corredores).

Dedicou-se ao esporte e à Educação Física até seus últimos dias de vida. No dia 20 de janeiro de 2012, o “Velho”, como era carinhosamente chamado, deu seu adeus. O CBCE-DF declara seu apoio e solidariedade à família, amigos, alunos e alunas do mestre que viveu tão intensamente e que deixou um legado pela sua imensa contribuição histórica para o Esporte e para a Educação Física.


COLÉGIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE - CBCE
Secretaria Distrital do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
CBCE/DF