quarta-feira, 15 de maio de 2013

Legado da Copa: Discriminação


Cadeirantes são impedidas de dançar na abertura da Copa das Confederações

Postado por Daniela Novais 

Crédito : Elio Rizo/Jornal de Brasília
O Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 eliminou duas cadeirantes do processo seletivo para a abertura da Copa das Confederações, prevista para junho, em Brasília. As duas fazem parte do grupo Asas para Dançar que já se apresentam dançando e sonhavam dançar na abertura da Copa das Confederações. O Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos (CDDPDH) deve acionar o Ministério Público e pedir intervenção do governo do Distrito Federal. 
Ao rejeitar os cadeirantes, o Comitê informou que foram selecionadas pessoas com deficiência para participar da cerimônia de abertura do evento, desde a fase de recrutamento até a alocação dos voluntários, mas que “não é possível utilizar cadeirantes especificamente nas atividades que ocorrerão no gramado, tendo em vista que a superfície instável impedirá a locomoção adequada das cadeiras, já que trata-se do gramado coberto por uma lona, o que pode trazer riscos de segurança para todos os envolvidos no espetáculo”. 
Para Michel Platini, presidente do CDDPDH, quando o Governo toma uma atitude como essa ele afirma que “a arte, a copa, a cidade não são possíveis para as cerca de 300 mil pessoas com deficiência no Distrito Federal”. “O Conselho vai representar o Ministério Público para que o GDF devolva o direito dessas pessoas e vai oficiar o governo para que ele explique sobre a atitude tomada”, informou Michel. 
Acessibilidade - A coordenadora artística do Instituto Avivarte, Jane Pires disse que fez a inscrição para a seletiva, já que a única restrição descrita no regulamento era de que os voluntários fossem maiores de idade e que no dia 30 de abril, o grupo chegou a fazer testes com 10 bailarinos, mas que apenas as duas tinham mais de 18 anos e seria suficiente para representar o grupo, mas elas também receberam resultado negativo. Para Jane é difícil acreditar que um estádio que estaria dentro dos parâmetros de acessibilidade não pode recebê-los. 
As meninas, Natália Ladislau e Sabrina Araújo, chegaram a mandar cartas à presidente Dilma Rousseff.  “É frustrante saber que vivemos em uma sociedade que não sabe lidar com os direitos e deveres de cada um dos cidadãos.  Seria algo tão bonito se pudéssemos entrar no palco abraçando a bandeira da acessibilidade”, diz Natália. 
Já o Palácio do Planalto informou que há um setor que recebe correspondências direcionadas à presidência, mas que não foram encontradas as cartas das bailarinas, que podem ter chegado e ainda não terem sidos processados no sistema de distribuição. 

Com informações do Jornal de Brasília, Correio Braziliense.

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