quinta-feira, 18 de agosto de 2011

JANELA DA ALMA


A criminalização do artista - Como se fabricam marginais em nosso país


"Se você treme de indignação a 

cada vez que se comete uma injustiça 

no mundo, então somos

 companheiros". Che Guevara



Fiquei indignado quando vi esse vídeo...
Veja como a bestialidade se naturalizou no cotidiano.
O Estado, a polícia, trabalhadores alienados realizando o controle social "urbano".
A velha política de higienização - limpeza étnica-social - para a manutenção de um mundo capitalista selvagem, onde os interesses de poucos subjugam os direitos de todos.

Veja o video, clicando aqui:
A criminalização do artista – Como se fabricam marginais em nosso país from Rafael Lageon Vimeo.

Temos mais dois vídeos, postados recentemente que trazem a continuação do debate iniciado:


Quem é o ladrão?

O Artista Subjugado


Texto de Rafael: http://belezadamargem.wordpress.com/

Caros, desde a publicação dos vídeos tenho recebido diversas mensagens de apoio e de pessoas que querem ser úteis neste trabalho.
O que tenho a dizer pra todos que se sensibilizaram, é que eu não tenho estrutura pra canalizar toda essa força oferecida. Este é um trabalho feito “na tora”, por poucos individuos que se destinaram a lutar por algo que acreditam e certo de possuir razão no que fazem, estamos conquistando algumas mudanças. Somos pessoas sem contatos “importantes”, sem financiamento. Se por um lado isso dificultou nossa luta, por outro favoreceu, pois temos autonomia sobre nossas ações.
Este trabalho sempre terá essa prerrogativa. Estes videos não são um produto pra ser comercializado, são frutos de vivência e atitude, canalizada com um objetivo: obter o reconhecimento dos artesãos nômades (hippies, malucos de estrada) como uma cultura diferenciada, que possui modos de expressão e códigos de valores particulares, e que devem ser respeitados. Por isto, temos duas linhas de trabalho, a denúncia, que é o material que já esta sendo veiculado e o inventário, onde iremos expor o universo que permeia esta cultura, que ainda será disponibilizado, aos poucos…
Óbvio que precisamos de toda a ajuda possível, porém, como disse antes, não temos condições logisticas de canalizar estas forças.
Portanto, tenho algo a dizer a todos, se querem realmente ajudar este trabalho, se empoderem da sociedade que querem construir. Olhe ao seu redor, estamos cercados de situações violentas e inconstitucionais, acontece todo dia. No seu país, na sua cidade, na sua rua, porque não dizer na sua casa. Tenham atitude. A democracia representativa é uma mentira, ela não é democracia. Repassar a outra pessoa o seu direito de interferir na sociedade, é se aleijar de suas responsabilidades. Busque sua autonomia, construa seu futuro no presente, não dependa dos outros pra fazer mudanças, eles não estão interessados em você.
Como todos percebem, este trabalho não trata só dos artesãos, tem haver com arte, politica, atitude, espaço publico, violencia e crime institucionalizado, e outros tantos temas…Cativados por estes videos, muitos estão se posicionando, usem esta força da indignação para revolucionar suas realidades. Talvez muitos de vocês não possam fazer nada sobre este tema especifico, não se frustem, busquem achar onde possam agir, existe muita coisa pra se resolver.
Nosso modelo econômico e social esta falido, não é dificil perceber. E você, vai fazer o que? Acordar e sorrir para uma cidade cinza? Mais um dia de liberdade dentro de um curral? Se ao menos estivessemos seguindo modelos ditados por nós, mas não é assim, estamos todos sujeitos a lógica do mercado. Isto dita nossa mídia, nossa economia, nossos hábitos, mas não somos nós, são eles, os que estão no poder.
Não se resuma a ser uma “engrenagem funcional” que sustenta uma realidade que esta condenada. Se empodere da sociedade que você deseja. Ela pode acontecer.
Quanto ao atual momento dos artesãos, a praça Sete continua Sitiada, nossos irmãos resistem em Belo Horizonte. Permanecem no local, com sua arte guardada dentro das mochilas. Eles não tem escolha, é a liberdade deles que está em jogo. Até quando isso vai durar eu não sei.
Se o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional) fizesse o registro da cultura do “maluco de estrada” como patrimônio cultural brasileiro, muita coisa mudaria. Mas para isso é preciso que o inventário seja feito, estamos nesse processo. Já corremos 8 estados, com uma camera na mão, mochila nas costas, recolhendo depoimentos e filmando a historias dos artesãos. Mas ainda falta muito. Uma sugestão que chegou foi a de utilizar algumas plataformas colaborativas como o catarse.me , estamos pensando nisso, seria uma forma de poder financiar o trabalho sem ter que nos submeter a empresas ou instituições, em breve daremos noticias sobre isso.
No mais, temos uma carência de hd´s externos, semana passada tive de deletar arquivos de média importância para poder arquivar outras coisas. Fico indignado com isto, não queria perder nada. Se alguém tem um hd velho em casa, manda pra gente.

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