quarta-feira, 7 de setembro de 2011

JANELA DA ALMA


Atitude é tudo!!!

Vídeo indiano interessante, que inspira a gente a continuar lutando, mesmo quando as vezes nos sentimos sozinhos nessa empreitada de  construir um outro projeto histórico de sociedade.




Essa produção audio-visual também me lembrou de uma música, do espetáculo Saltimbancos de Chico Buarque...



"Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
- Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer 
E no mundo dizem que são tantos 
Saltimbancos como somos nós".

E agora a versão do melhor filme dos Trapahões: Os Saltimbancos Trapalhões:

E para finalizar, falar que hoje a Marcha da Corrupção foi bonita! Rs

Educação Física Candanga


Opa. chegou nossa vez..vamos nos mobilizar! 

Audiência Pública para coberturas de quadras esportivas

06/09/2011
FONTE: Sedhab
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Sedhab) fará uma audiência pública para a apresentação de projeto de lei que dispõe sobre a construção das áreas esportivas e recreativas nos estabelecimentos de ensino do DF. A audiência será no Museu Nacional, dia 10 de setembro (sábado), de 13 às 18 horas.
Nos critérios da lei complementar, consideram-se áreas esportivas as quadras esportivas ou piscinas destinadas à prática esportiva nas aulas de Educação Física das escolas. No projeto também está prevista a possibilidade de construção de arquibancadas laterais.
Para mais informações que possam subsidiar o debate, consulte o projeto na íntegra no endereço eletrônico www.sedhab.df.gov.br ou em material impresso, na sede da Sedhab, no SCS Quadra 06, Bloco A, Lotes 13/14, 4° andar.



PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR - Cobertura de quadras
Construção de cobertura das áreas esportivas e recreativas nos estabelecimentos de ensino do Distrito Federal e dá outras providências.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Festa do Professor - Dia 15 de outubro


Uma grande festa está sendo organizada em comemoração ao Dia do Professor.
E este ano a festa será ainda mais especial, afinal o baile será
realizado no próprio Dia do Professor, dia 15 de outubro.

O evento terá a animação de Nando Reis, com o Bailão do Ruivão, e a 

categoria poderá dançar e se divertir com muita música e animação, 
que ainda terá o som da Banda Satisfaction e de DJ’s.

A distribuição dos convites será feita a partir do dia 3 de outubro na Sede
e Subsedes do Sinpro aos professores(as) sindicalizados(as)
mediante identificação pessoal.
Mas atenção, o número de convites é limitado.



Para ver o evento, clique no link abaixo:
http://www.facebook.com/n/?event.php&eid=279449168747229&mid=4ceaec8G5756eafcG2a165b2G42&bcode=Cb0yCAEM&n_m=tatu.pedro%40gmail.com

sábado, 3 de setembro de 2011

DO CHÃO DA QUADRA


ALUNO RECLAMA DE SEU PROF DE EDUCAÇÃO FÍSICA


Esse vídeo me fez refletir ainda mais sobre a nossa profissão: de ser professor/educador e me lembrei de meu amigo e comandante, mestre Zezão. Ele está a frente da Diretoria de Educação Física e Desporto Escolar da Secretaria de Educação do Distrito Federal, e sempre diz que temos dois desafios nesta gestão da Escola do Cerrado (nosso tempo histórico).

Em primeira lugar, convencer o nosso professor de Educação Física da SEDF de sua importância no processo educativo, do seu papel enquanto educador, das potencialidades que podem ser provocadas no trato do conhecimento com a cultura corporal. Pois a Educação Física está presente desde a concepção (a mais prazerosa prática corporal!rs), passando pela infância, juventude, pelo sujeito adulto e idoso até a morte. Em todas as fases da vida à Educação Física pode permitir ao indivíduo uma leitura do mundo em que vive, a partir da apropriação crítica do Jogo e da Brincadeira, do Esporte, da Ginástica, da Dança, das Lutas etc.

Em segundo lugar,  possibilitar ao professor de outros componentes curriculares e demais gestores da nossa casa, conhecer e compreender da importância da Educação Física escolar, em conjunto com as outras disciplinas, no processo educativo e na contribuição de um outro projeto histórico de sociedade, mais fraterna, justa e de respeito à diversidade.

Mas infelizmente, ainda temos aqueles colegas, que reproduzem em sua prática social os códigos e valores dessa sociedade capitalista em que vivemos, mercantilizada, competitiva exarcebadamente, espetacularizada, excludente, padronizada. E com isso, não permite que uma criança, um garoto como outro qualquer, vivencie o que é seu por direito: Educação, Esporte e Lazer. 

Essa mesma sociedade que promove o "culto ao corpo", o ganhar a qualquer custo (vide os doppings) é a mesma que exclui e dilacera os sonhos de nossos irmãos e os deixa na miséria (misério do estômago e da fantasia). Que promove a desumanização da humanidade. Que está levando o nosso mundo a bárbarie!!!


#FORARICARDOTEIXEIRA


Censura, não!

http://blogdojuca.uol.com.br/
Origem: 
Veto ao ‘Fora Teixeira’ remete à ditadura, diz defensor público
Por Felipe Prestes
Fotos de um mosaico feito por torcedores do Internacional com os dizeres “Fora Teixeira” durante o clássico Gre-Nal do último domingo (28) correram o país, mas elas escondem uma realidade: a Brigada Militar recolheu o material assim que percebeu a manifestação. A informação foi confirmada pelo comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), responsável pela segurança nos estádios, tenente-coronel João Diniz Godói. Para o defensor público João Panitz, que conseguiu garantir o direito à manifestação em Santa Catarina, tal proibição “remete aos dias mais duros da ditadura militar”.
Torcida do Inter protestou contra o presidente da CBF durante o Gre-Nal, mas Polícia Militar recolheu os cartazes | Foto: Tárlis Schneider/Ag.Freelancer/Sul21
A Polícia Militar do Rio Grande do Sul não foi a única instituição a tentar reprimir as manifestações contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira no último final de semana. A Associação Nacional dos Torcedores (ANT) e a Confederação Nacional das Torcidas Organizadas (Conatorg) aproveitaram a rodada de clássicos para organizar o protesto nacional. Segundo a ANT, desde que começou a realizar manifestações contra Teixeira, no ano passado, a repressão é regra e não exceção.
O comandante do BOE afirma que a ação foi baseada no artigo 13 do Estatuto do Torcedor, que no inciso IV, incluído na lei em 2010, proíbe o cidadão de “portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo”. Na interpretação de Godói, “Fora Teixeira” é uma mensagem ofensiva. “Nós interpretamos, sim, que fere o Estatuto do Torcedor, na medida em que é direcionada a uma pessoa. O estatuto é bem claro no nosso entendimento”, afirma.
Não é o que pensa o defensor público da União, de Santa Catarina, João Panitz. No final de semana ele e o Ministério Público Federal impediram, com uma liminar na Justiça Federal, que esta interpretação fosse utilizada pela polícia na partida entre Avaí e Figueirense. “Este artigo tem que ser visto pelos óculos da Constituição, que garante o direito fundamental, irrevogável, inalienável, de livre manifestação do pensamento. Este artigo restringe manifestações ofensivas a grupos sociais minoritários, ou casos de xenofobia. É para este tipo de caso que se aplica a restrição”, defende Panitz. Para o defensor público, o cerceamento à livre manifestação é “de todo lamentável” e “remete aos dias mais duros da ditadura militar”.
O tenente-coronel Godói diz desconhecer esta decisão de Santa Catarina e afirma que no Rio Grande do Sul não houve qualquer intervenção da Justiça. Procurado pelo Sul21, o governador Tarso Genro disse, por meio de sua assessoria, que a Brigada Militar é uma instituição de Estado e não de governo e que tem autonomia para fazer a segurança nos estádios.
panitzPara defensor público João Panitz proibição de protestos atenta contra Estado democrático | Foto: Divulgação
Federação quis definir aplicação da lei
No caso de Santa Catarina, a iniciativa de proibir as manifestações contra Teixeira partiu da Federação Catarinense de Futebol (FCF). Na quinta-feira passada, a entidade publicou nota manifestando “repúdio a qualquer manifestação ofensiva, realizada em jogos no território de Santa Catarina, direcionada ao Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Dr. Ricardo Terra Teixeira, bem como à própria CBF”.
Em seguida, a nota da FCF destacou uma parte do artigo 13, ameaçando os torcedores de serem retirados do estádio caso se manifestassem no clássico de Florianópolis: “o não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implicará a impossibilidade de ingresso do torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do recinto, sem prejuízo de outras sansões (sic) administrativas, civis ou penais eventualmente cabíveis”.
Após a decisão da Justiça Federal, a FCF emitiu outra nota, afirmando que “embora defenda, desde que não haja ofensa ou agressão, a livre manifestação do pensamento, conforme preceitua o disposto no inciso IV do art. 5° da Constituição Federal, é contrária a qualquer manifestação ofensiva nos estádios de futebol do Estado de Santa Catarina, a quem quer que seja”. Diz ainda a nota que “deve ser assegurada a inviolabilidade da honra e da imagem das pessoas”.
O defensor público da União, João Panitz, afirma que a FCF não tem qualquer ingerência sobre a segurança nos estádios de Santa Catarina e que a atribuição de aplicar a lei nas partidas cabe tão somente à polícia. Panitz revela que a federação sequer precisou ser notificada da liminar, endereçada diretamente à Polícia Militar, para que cumprisse o que a Justiça determinava. O defensor afirma que impedir a livre manifestação fere tratados internacionais assinados pelo Brasil motivo pelo qual a Justiça Federal entendeu ter competência para o caso.
Protestos contra Ricardo Teixeira vêm sendo realizados em todo o Brasil | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
“Há um histórico de retirada de faixas”
Jorge Suzuki, integrante da ANT, afirma que, além dos casos de SC e RS, o único registro de proibição a faixas contra Ricardo Teixeira na rodada de clássicos ocorreu na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, na partida entre América-MG e Atlético-GO. Ele repudia as proibições. “Vamos defender nosso direito à livre manifestação. ‘Fora Teixeira’ não ofende ninguém. Pedir prestações de contas não ofende ninguém”, afirma.
Suzuki conta que há um histórico de retirada de faixas contra a Rede Globo e Ricardo Teixeira em estádios de todo o país, desde 2010. Corintiano e morador de São Paulo, Suzuki estava em Goiânia no ano passado, em uma partida entre Corinthians e Goiás em que faixas da ANT foram retiradas do estádio. Também na capital goiana, durante um jogo da seleção brasileira contra a Holanda, já em 2011, integrantes da ANT carregavam, de fato, uma faixa ofensiva, que dizia “Fora Ricardo Ali Babá Teixeira”. Mas eles não foram apenas retirados do estádio. Estavam prestes a ser agredidos por seguranças particulares quando um radialista local interveio.
No amistoso de despedida de Ronaldo da seleção, no Pacaembu, foram proibidas quaisquer faixas, menos as que eram cedidas pela Nike, que fornece material esportivo à seleção. Segundo Suzuki, na capital paulista a repressão é a regra. “Em São Paulo, qualquer manifestação de cunho político costuma ser proibida. Aqui é um dos Estados em que a repressão nos estádios é maior”, conta. “No Rio de Janeiro, integrantes da ANT nos relatam que está aumentando a repressão”, completa.
O integrante da ANT aponta uma contradição no comportamento das federações estaduais. “Federações se valem do poder público quando lhes convêm, mas quando lhes pedem idoneidade se defendem pelo fato de serem entidades privadas. Se o preço para se manter no poder for incitar a repressão das polícias estaduais, eles fazem”, afirma.
Mas Suzuki acredita que a repressão aos protestos contra Ricardo Teixeira está com os dias contados. “Na medida em que a população for aderindo, não haverá como proibir”, avalia. De fato, a proibição não impediu que a torcida do Internacional armasse seu mosaico, nem que a torcida do Grêmio colocasse uma faixa que passou despercebida pelos policiais.
E o integrante da ANT diz que a aceitação é cada vez maior, bem como a exposição dos protestos na imprensa. Conta que é cada vez maior o número de torcedores pedem informações sobre a ANT nos estádios, se associam, perguntam como colaborar. Suzuki avalia como “muito positiva” a primeira ação conjunta entre ANT e Conatorg, em que foram registrados protestos em quase todos os dez estádios que abrigaram a rodada mais chamativa do campeonato brasileiro. O torcedor avisa: vêm mais ações por aí.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Boletim (In)Formativo 43

Troca de comando na Secretaria de Educação do GDF

Dois dias depois de realizar essa declaração, a Secretária de Educação do Distrito Federal sai do Governo.
Na minha opinião, a Profª Regina entende como poucos a situação da Educação do DF e no Brasil e vinha empreendendo esforços significativos para a construção de uma nova escola: A Escola do Cerrado!
O que percebo é que a SEDF é uma grande máquina enguiçada. Os governos Roriz, Abadia e Arruda, sobre a tutela da deputada da bolsinha (vid Caixa de Pandora) Eurides Brito, dilapidaram e venderam a educação pública do Distrito Federal. Tocar essa máquina enguiçada é complicado. Por isso, enfrentamos tantas dificuldades neste ano. Espero sinceramente que as coisas se resolvam, pelo bem dos alunos e alunas daqui. Gostaria de agradecer publicamente a ex-secretária pelos esforços empreendidos e desejar bom trabalho ao Secretário que vem, Denilson, também professor que assume essa árdua tarefa. Boa sorte!


http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1614768-7823-REGINA+VINHARES+DIZ+QUE+SOFRE+MUITA+PRESSAO+POLITICA+PARA+DEIXAR+O+CARGO,00.html

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Boletim (In)Formativo 42



Alunos de Educação Física querem voltar a atuar em academias
Conselho Federal de Educação Física restringe trabalho de bacharéis

Thássia Alves - Da Secretaria de Comunicação da UnB

http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5590


No dia do profissional de Educação Física, 100 estudantes do curso subiram a rampa do prédio da Reitoria pedindo apoio do reitor José Geraldo de Sousa Junior para seu protesto de meia hora contra decisão do Conselho Federal de Educação Física que impede os bacharéis formados entre o 1º semestre de 2006 e 2001 de atuar em academias. Nota técnica do Confef questionou cursos com estrutura curricular idêntica para os graus de bacharel e licenciatura.
Até o semestre passado, quando houve a reformulação do currículo, os estudantes formavam-se em licenciatura plena, o que sempre permitiu a dupla atuação. “Nosso curso sempre teve uma visão mais generalista”, disse a estudante Cristhiane Ramires, formada no 2º semestre de 2010. Inconformada com a restrição, a jovem decidiu entrar na Justiça. Gastou R$ 5 mil em advogados e ganhou o direito de exercer a profissão em academias. “Queremos que essa decisão seja estendida a todos. Por isso, viemos pedir ajuda do reitor José Geraldo. Precisamos que ele pressione o conselho”, disse.
Davi Diniz, chefe de gabinete do reitor, recebeu os estudantes no Salão de Atos. O professor disse que a universidade está disposta a tomar todas as medidas possíveis para resolver o problema. “Podemos, sim, atuar junto ao Conselho Federal, mas é importante termos toda documentação que gerou essa mudança e também a decisão judicial que beneficiou a Cristhiane”, disse. Os estudantes se comprometeram a entregar toda documentação.

1º de Setembro não me representa! (2)


DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA?

Texto: Professor Nilo Silva Pereira Netto
http://efisicacritica.blogspot.com/2011/08/dia-do-profissional-de-educacao-fisica.html


Ao primeiro dia de setembro desse ano, muitos de nossos companheiros e companheiras professores de Educação Física deverão ser cumprimentados pela suposta comemoração de seu dia nas escolas e em diversos outros lugares. Mas o que efetivamente significa essa data? Seria uma inofensiva homenagem comemorativa? Seria o reconhecimento de uma área do interior do campo educacional que possui diferenças significativas e por isso merece um lugar e dia em destaque?
 De antemão afirmamos que não. Nesse pequeno artigo nos propomos ao exercício – proposto por Bertold Brecht – de desconfiar da trivialidade, da aparência singela e convidar o conjunto do professorado ao salutar e fraterno debate acerca do efetivo significado dessa data comemorativa: a regulamentação da profissão de Educação Física.
Em 1° de setembro de 1998, Fernando Henrique Cardoso assinava em Brasília a lei que regulamentaria a profissão de Educação Física. Na mesma legislação, criar-se-iam as estruturas dos Conselhos Regionais e Federal de Educação Física (CREFS e CONFEF).
Se nossa proposta é o convite à desconfiança e ao debate, é de certa forma previsível termos uma posição de contestação diante desse acontecido, ou melhor dizendo, dos bastidores desse acontecido. Sendo assim, tratamos sem mais delongas de apresentar nossos argumentos.
A regulamentação da profissão de Educação Física, ventilada desde os remotos tempos das primeiras escolas nacionais de formação superior nesse campo, consolida-se ao final dos anos noventa em um contexto social mundializado em que se visualizava o suposto triunfo do modo capitalista de organizar a produção da vida, notadamente em sua face nomeada neoliberalismo.
Nessa nova face, o receituário sócio-metabólico prescrevera a superação de seu antecedente histórico, o Estado de Bem Estar Social, pelo estado mínimo, afeto às prescrições do liberalismo clássico. As reformas estruturais no aparelho estatal foram um importante mecanismo de enxugamento de recursos para políticas sociais e de restrição da ação do estado nos movimentos da economia. Alguns intelectuais apologistas dos novos parâmetros organizacionais apressavam-se em anunciar o fim da história e a emergência de uma nova sociabilidade sob a insígnia da globalização.
Trataram nesse escopo, de buscar naturalizar definitivamente as principais contradições que ainda se apresentavam no âmbito da realidade do capital. Questões como o crescente quadro de desemprego, a imensa acumulação de riquezas em um pólo e noutro a acentuada presença da miserabilidade, a perda dos direitos sociais adquiridos pela classe trabalhadora, assim como a marcante precarização das condições de trabalho para aqueles e aquelas que mantinham seus postos de ocupação, foram as manifestações emergentes nesse contexto social ampliado.
A sociedade brasileira, guardadas as devidas proporções, esteve envolvida nesse mesmo processo no movimento político-econômico mundial e de forma bem definida na apresentação dos sintomas contraditórios desse sistema.
Nessa articulação não passou imune a Educação Física. Essa área do conhecimento historicamente ligada à instituição escolar enquanto disciplina que encontrava nesse campo seu principal espaço de atuação, observava nos anos oitenta a explosão de uma nova arena como sua possibilidade de intervenção, a arena das ginásticas e atividades de academia, o campo não-escolar da Educação Física.
Esse novo contexto possibilitou a retomada ao chamado pela regulamentação da profissão, partindo de uma leitura falsamente concreta da realidade do trabalho nessa área. Elegeu-se como pauta central para justificar esse passo histórico, a necessidade de colonização corporativa do campo não-escolar em Educação Física, que nesse caso seria uma "terra de ninguém", na qual supostos leigos explorariam o mercado, roubando dos profissionais dessa área seu espaço de direito.
Nesse argumento, falso-concreto, como afirmamos, os ditos leigos são profissionais de outras áreas – com formação superior ou mesmo por meio de outros códigos de instrução – com intervenção legítima no âmbito da cultura corporal, que a regulamentação da profissão enquanto instrumento jurídico expulsaria do mercado. Essa concepção corporativista ocasionou enorme celeuma, colocando profissionais da Educação Física contra outros, a exemplo dos profissionais docentes em dança, yoga, artes marciais e outros.  Por outro lado, a suposta expulsão dos ditos leigos do hipotético espaço de direito dos profissionais de Educação Física, não resolveria, por seu turno, nem a questão do desemprego destes profissionais, tampouco aliviaria a precarização do trabalho destes, ambos processos inerentes a sociabilidade capitalista contemporânea.
Por esse motivo, consideramos o argumento central da regulamentação da profissão – na completude de seus 13 anos de consolidação – um equívoco político-estratégico de proporções exponenciais. A regulamentação da profissão não poderia e nem pode atuar nas condições reais de trabalho dos profissionais dessa área, por uma série de motivos, mas especialmente por não ser essa sua razão real de ser, que é configurada efetivamente na fiscalização do exercício profissional, quer dizer, na vigilância da atuação profissional, que ideologicamente garantiria a exclusão de determinados profissionais do mercado da cultura corporal.  Prevalece aqui a lógica do corporativismo, traduzida popularmente nos dizeres de que “quando a farinha é pouca, meu pirão primeiro”. Uma ótica notadamente excludente, anti-solidária e acima de tudo, enganosa.
Essa concepção além de fragmentar a luta de toda uma classe, transferindo os conflitos contra o capital, para os embates de trabalhadores contra trabalhadores de distintas áreas de formação, não considerou a totalidade de relações que configuravam a intervenção do profissional de Educação Física, marcada pela precarização das relações trabalhistas, parcos rendimentos e ínfimos benefícios sociais.
Nesse contexto é ponto fundamental a criação dos conselhos profissionais, baluartes econômico-institucionais da aplicação e permanência da concepção corporativista da regulamentação da profissão.
Esses conselhos passaram a atuar fortemente na colonização das áreas da cultura corporal no intuito de ampliar seu quadro de registros e nesse passo, buscaram estender o seu domínio inclusive ao campo da Educação Física escolar, âmbito no qual inicialmente não pretendiam intervir e que obviamente já se encontrava devidamente regulamentado pela legislatura educacional.
A figura dos leigos adquiria novos contornos, passando a se configurar não apenas com os profissionais de outras áreas, mas também com todos aqueles profissionais que não se encontravam registrados nos quadros do CONFEF.
Mas todo esse processo não ocorreu sem resistências. O movimento estudantil de Educação Física foi vanguarda nesse sentido, posicionando-se em contrariedade, apontando com profundidade os limites de uma regulamentação da profissão.
O movimento progressista da Educação Física também atuou na contestação da regulamentação, considerando um retrocesso severo nas discussões internas da área caso a concepção atrelada à regulamentação, ligada à perspectiva da atividade física, fosse efetivamente levada adiante. Retrocesso que realmente aconteceu, e que, colhemos até hoje os frutos de uma concepção restritiva e fragmentária da Educação Física.
Fundamental fonte de resistência a esse processo é o Movimento Nacional Contra a Regulamentação do Profissional de Educação Física (MNCR), deflagrado em agosto de 1999. Composto por estudantes, professores e professoras de Educação Física e outras áreas, organizado em diversas regiões do Brasil, o movimento além de realizar a leitura que ora apresentamos, considera a regulamentação como fruto de um processo antidemocrático de tramitação, no qual as argumentações mais superficiais é que ganharam corpo no parlamento.
Esse movimento realiza diversas ações de contraposição ao CONFEF e a própria regulamentação em debates, produções acadêmicas, ações políticas e judiciais.
No momento em que os conselhos partiram para o interior das escolas, junto a entidades sindicais, esse movimento auxiliou a organizar as ações que buscaram reverter a absurda cobrança de filiação do professorado aos conselhos.
Muitos desses processos foram revertidos e o caso mais expressivo é o que dá ganho de causa aos docentes da rede estadual do Paraná. Em 2003, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato) denunciou o Conselho por compelir docentes à filiação, sob pena de denúncia e autuação por exercício ilegal de profissão. Isso resultou no Ofício 423/2004, recomendando ao Conselho Regional Paranaense que este “se abstenha de realizar quaisquer atos que objetivem, direta ou indiretamente, exercer persuasão sobre escolas e professores [...] para que estes [...] se inscrevam na entidade, sob pena de responsabilidade civil e penal, na forma da Lei”.
Não sendo atendida a recomendação, a APP entrou com uma Ação Civil Pública contra o Conselho Regional, resultando na Decisão-Mandato que estabelece multa de cinco mil reais por docente autuado pelo CREF/PR, além da sentença de ação ordinária de 2004 que obriga a devolução do dinheiro para docentes que se registraram por coerção e pagamento de honorários advocatícios.
Aliado a isto, tem-se a Resolução 881/2004 do Secretário de Estado da Educação que torna público que professores desta rede que exercem exclusivamente atividade de docência não estão sujeitos à obrigatoriedade de filiação no CREF.
Faz-se importante deixar claro que a intervenção do CONFEF no âmbito escolar é um grande equívoco do ponto de vista legal. Os profissionais do magistério já possuem sua atividade profissional devidamente regulamentada pela legislação educacional, não cabendo a esses, qualquer relação obrigatória com conselhos profissionais.
Por fim, retomamos a premissa que, a nosso ver, a regulamentação da profissão não se configura como uma estratégia adequada para a luta dos trabalhadores nessa área. Consideramos que o horizonte imediato pelo qual devemos nos enfileirar em luta, é o da regulamentação do trabalho, de modo a garantir a toda classe trabalhadora condições dignas nas ocupações e seguridade social ampliada.
E por isso, afirmamos que não há nada que se comemorar nesta data. Não visualizamos alterações positivas aos trabalhadores da Educação Física a partir da regulamentação da profissão. A manutenção dos mesmos argumentos falso-concretos pelos conselhos profissionais não se sustentam ao contrapormos os mesmos com a realidade do trabalho no campo não-escolar, onde predomina o quadro de precarização.
Indicamos ainda, que o verdadeiro dia do professor e da professora de Educação Física, seja qual for seu campo de intervenção, é o dia 15 de outubro, quando ombro a ombro com os demais docentes de todas as áreas, paralisamos as atividades educacionais para celebrar nossos esforços e a importância do ensino no processo de emancipação humana.
Nesse dia e em todos os outros, permaneceremos abertos ao debate sobre os rumos da educação, Educação Física e particularmente, manter-nos-emos em luta por melhores condições de trabalho e vida para nossa categoria.


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

1º de Setembro não me representa!


O nosso dia é 15 de outubro! Somos todos professores!

O dia 1º de setembro vem sendo comemorado como o dia do profissional de Educação Física. Sabemos que essa é mais uma jogada do sistema CONFEF/CREF’S para fragmentar os professores de educação física e colocar trabalhadores contra trabalhadores, ação que só serve aos interesses mercadológicos desse sistema.

O CONFEF comemora essa data para justificar a regulamentação da profissão. Regulamentação essa que divide os trabalhadores e não permite acesso de alguns aos campos de trabalho. Muitos professores formados vêm sendo autuados nos seus locais de trabalho, de forma descabida pelo CONFEF, mesmo sendo formados e tendo a possibilidade legal de estarem trabalhando. Isso é retirar dos trabalhadores o direito ao trabalho! 

Por detrás da falácia da necessidade da regulamentação da profissão, vimos um conselho profissional que lucra milhões nas costas dos trabalhadores da Educação Física que vivem uma dura realidade. O CONFEF atua desde a formação dos professores até o campo de trabalho sempre no sentido de fazer prevalecer seus interesses, sendo que o dia 1º de setembro vem no sentido de exaltar o discurso que o CONFEF faz sobre a importância e os supostos avanços que o profissional de Educação Física vem trazendo para a sociedade, tudo isso para justificar sua atuação dentro da Educação Física.

A regulamentação da profissão existe desde 1998, e é um enorme retrocesso a área, já que ela não garante nenhum direito aos trabalhadores, como condições de trabalho, 13º salário, licença maternidade, etc. Por isso, somos contrários a essa regulamentação, que em nada avança para os trabalhadores, e defendemos a regulamentação do trabalho como forma de garantir aos trabalhadores condições dignas de vida.

SISTEMA CONFEF/ CREF
ENGANANDO A SOCIEDADE
FRAGMENTANDO A FORMAÇÃO
texto: EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ESPAÇO VIVO 10


Crianças pobres já têm maioridade penal

Cristian Góes*

Na última semana, a rede Globo, em seus principais veículos de imprensa, fez sua parte no coro nacional de uma elite horrorizada com crianças e adolescentes pobres, em pequenos delitos na capital paulista. Uma equipe de tv colou em um grupo de crianças/meninas que agia na madrugada. Presas e jogadas de um canto para outro, elas reagiam, inclusive contra as gravações. O único objeto furtado de toda noite foi um celular de uma camareira de um hotel. Mas as cenas, repetidas várias e várias vezes em todos os telejornais nacionais, revelavam perigo, violência, horror e descontrole.

Era mais uma reportagem despretensiosa sobre a violência? Óbvio que não! No conteúdo da mensagem estava à defesa pura e cristalina da emissora, voz e porta-voz de uma classe dominante, da campanha pela redução da maioridade penal no país. Quanto mais se aprofundam os efeitos de um sistema capitalista devastador do homem e da natureza, mais avançam ideias e ações conservadoras na sociedade para proteger seu patrimônio contra as ameaças das classes perigosas. E aí vale tudo: prisão de flanelinhas, aplausos às execuções de suspeitos em troca de tiros com a polícia, castração química de suspeitos, criminalização dos trabalhadores que reclamam melhores condições de trabalho e salário, redução da maioridade penal, etc, etc.

No caso de crianças e adolescentes pobres, essa maioridade penal pretendida já existe na prática e faz tempo. Os que foram flagrados nas lentes da tv, geralmente são filhos de pais que estão ou já estiveram nas ruas. Aquelas crianças nasceram em condições desumanas, submetidas ao abandono e ao desprezo social. Nasceram e crescem em ambientes de ausência (família, escola, saúde, trabalho, habitação, lazer, etc), de violência, drogas e de sobrevivência selvagem. Crianças pobres e marginalizadas, condenadas a um clico embrutecido de vida. Condená-las ainda ao quê? Quais as penas ainda a serem impostas a elas? Encarcerá-las cada vez mais cedo é a solução? Claro que não!

Na outra ponta, a mesma sociedade hipócrita que cobra a redução da maioridade penal continua a produzir adolescentes ricos e perversos, que sem limites, não aceitam às diferenças e desenvolvem uma cultura de ódio de classe, de homofobia, de racismo. Queimam índios, matam mendigos, xingam negros, espancam quem os contrarie, usam seus possantes carros para as maiores barbaridades, tudo dentro da maior naturalidade. Abrigados por uma parentela influente nos poderes do Estado, gozam de impunidade e, para eles, a maioridade nunca os atingirá. Mais tarde, alguns chegaram a postos de comando na sociedade e devem continuar a produzir uma sociedade assim.

Voltando às vítima da redução da maioridade, na semana passada, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos divulgou estudo da Unicef informando que as crianças e adolescentes eram responsáveis somente por 10% dos homicídios praticados, mas ao mesmo tempo elas são vítimas de mais de 40% dos casos de homicídio. Segundo a Unicef também divulgou, a redução da maioridade penal não resultou em diminuição da violência entre crianças e adolescentes em 54 países pesquisados no ano de 2007 que, a exemplo dos Estados Unidos, adotaram a medida. Crianças saem muito piores do que entraram no sistema prisional. Resta provado por estatísticas, pelos fatos e pela história que a violência, inclusive a estatal, só produz mais violência.

Com a sociedade que se tem, não há necessidade de se encarcerar crianças e adolescentes pobres. Uma vida sem família, sem comida, sem casa, sem educação, sem saúde, sem lazer, sem perspectiva de dignidade vai produzir o quê? Como enfrentar essas ausências? Com prisões?

* É jornalista em Aracaju/SE


Boletim (In)Formativo 41


Estrela do xadrez, Kasparov, volta ao Brasil para disputa com 13 jogadores

Publicação: 30/08/2011 07:44 Atualização:
A estrela do xadrez mundial, o russo Garry Kasparov, voltou ao Brasil depois de 14 anos para uma disputa simultânea com 13 jogadores. Kasparov venceu os competidores em menos de duas horas. Entre os adversários, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, enxadristas campeões, a mais jovem mestre do xadrez brasileiro, Katherine Vescovi, 12 anos, três alunos da rede pública de ensino do DF e um estudante de um projeto do jogo em Heliópolis, no Rio de Janeiro.

Kasparov foi trazido pela Associação para o Desenvolvimento do Xadrez (ADX) e participará nos próximos dias de vários projetos de estímulo ao esporte. O governador do DF, que se mostrou um enxadrista persistente, resistiu por 1h45 e foi o penúltimo a ser eliminado, antes apenas de Katherine.

“Eu sou um grande entusiasta do xadrez. Adoro, já joguei e estudei muito. É um jogo maravilhoso”, comentou o governador. “A presença de Kasparov estimula sobretudo os jovens. A tecnologia aumenta o interesse. E nós queremos fazer de Brasília uma grande referência do xadrez. Já estamos ampliando nas escolas”, completou Agnelo.

O professor Aníbal Ribeiro, um dos 13 jogadores, ficou fascinado com a possibilidade de participar de uma partida com Kasparov. “É o melhor jogador do mundo de todos os tempos. Ter oportunidade de jogar com uma pessoa assim é fantástico. O nível dele é muito superior. Ele não terminou nenhuma partida em poucos lances, mas ninguém deu trabalho para ele”, analisa.

Outra opinião
Quase 150 alunos de 18 escolas públicas do DF acompanharam a partida simultânea lance a lance. A coordenadora do projeto de xadrez escolar da Secretaria de Educação, Anita Souto Mayor Rondon, afirma que o DF está bem no quadro geral do país. “Temos muitos campeões brasileiros, um aluno que estuda e compete na Itália, gente de todos os níveis. Estamos tentando agora tornar obrigatório em todas as escolas, para que os estudantes tenham oportunidade de jogar e aprender.”

A partida mudou a opinião de uma das estudantes presentes em relação ao xadrez. Antes do jogo, a aluna do Centro de Ensino Fundamental Incra 8, de Brazlândia, Paula Vincunã, 11 anos, disse não se identificar muito com o jogo. Depois da simultânea, a ideia era outra. “Achei impressionante ele conseguir jogar com tanta gente ao mesmo tempo. Até me interessei mais”, se empolgou a enxadrista iniciante.

Se depender de Kasparov, mais estudantes vão mudar de opinião em relação ao xadrez. “Estou considerando a possibilidade de trazer a sede da América do Sul da Kasparov Chess Foundation (Fundação de Kasparov) para São Paulo. Da experiência que eu já tive nos Estados Unidos e na Europa, três aspectos são importantes: apoio público, privado e estrutura para disseminação do xadrez. E pelas impressões que eu tive desse evento, pode ser uma boa oportunidade de eu voltar a visitar este belo país”, disse o campeão. O jogo de ontem foi feito com o tablet myPad da Semp Toshiba, lançado em maio deste ano, o primeiro produzido no país.

Prodígio
Garry Kasparov nasceu em 13 de abril de 1963 em Baku, capital do Azerbaijão, da antiga União Soviética. Com 7 anos, era considerado um prodígio no xadrez. Aos 9, tinha vencido uma semifinal do Campeonato de Blitz para Adultos de sua cidade. Em 1985, Garry se tornou o mais jovem campeão mundial. Em 1990, Kasparov estabeleceu um marco na história do xadrez: ultrapassou o rating — que mede o nível dos jogadores — de 2,8 mil pontos. Ele foi o primeiro jogador da história a ultrapassar esta marca e o único a alcançar 2.850. De dezembro de 1981 a fevereiro de 1991, Kasparov fez história e não perdeu um único evento oficial em 10 anos. Esse foi o período em que ele criou a reputação de invencível.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/08/30/interna_cidadesdf,267568/estrela-do-xadrez-kasparov-volta-ao-brasil-para-disputa-com-13-jogadores.shtml
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